O que se passa por cima ou por baixo dos lençóis só os amantes sabem e não contam. Ou melhor: não contavam. Hoje, contam para atrair likes, influenciar pessoas e faturar anúncios.
Bolsonaro e Michelle preservam sua vida privada, no que fazem muito bem. Mas como figuras públicas influentes, sujeitam-se ao exame constante de como cada um procede em relação ao outro.
Sabe-se, por exemplo, segundo terceiros, que na intimidade Michelle é mais mandona do que o marido. E que dele cobrou com rispidez uma reação enérgica para impedir a posse de Lula.
Sabe-se que Bolsonaro, a certa altura do seu governo, quis hospedar o filho Carlos no Palácio da Alvorada para livrá-lo de uma eventual prisão. Só não o fez porque Michelle não deixou.
No domingo, 29 de junho, enquanto Bolsonaro amargava o fracasso de público da manifestação na Avenida Paulista, Michelle brilhava distante dali em mais um evento do “PL Mulher”.
A desculpa oficial foi de que houve “um conflito de agenda”. Qual o quê! Ambos os eventos foram marcados com bastante antecedência. Michelle preferiu estar em Roraima naquele dia.
O faro político de Michelle parece mais apurado do que o de Bolsonaro e dos quatro filhos Zero, a incluir-se Jair Renan. E que ela não teme contestar o marido, ao contrário dos filhos.
Autoexilado nos Estados Unidos, Eduardo seguiu a ordem do pai de vincular o tarifaço de Trump à possibilidade de Bolsonaro ser condenado e preso por ordem do Supremo Tribunal Federal.
E de acenar com a suspensão do tarifaço caso o Supremo o absolva ou o Congresso aprove uma anistia ampla, geral e irrestrita para todos os golpistas de dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
No Acre, onde se encontrava ontem em outro evento do PL, Michelle não falou em anistia nem atacou o Supremo. Escolheu ler uma carta aberta responsabilizando Lula pelo tarifaço.
Bolsonaro e Eduardo pedem a Trump mais sanções ao Brasil. Michelle pede a Lula um “gesto de lucidez” para trazer de volta a paz ao país. Confira dois trechos da carta a Lula:
“O Brasil está assistindo e esperando um gesto de lucidez que realmente possa trazer paz ao nosso País. É hora de baixar as armas da provocação; cessar os tambores de ofensas e hastear a bandeira do diálogo e da paz”.
“Você [Lula] está arrastando o Brasil para o buraco ao se juntar a movimentos terroristas e ditadores”.
Michelle diz que Lula se guia por “ideologias doentias” e “desejo de vingança”, transferindo “a responsabilidade dos seus atos” para outros. Só ele teria a “oportunidade de evitar” as sanções”.
Quem está com mais pinta de candidato a presidente se Bolsonaro indicar um dos seus parentes: Michelle ou Eduardo? Michelle que confronta Lula ou Eduardo que confronta o Supremo?
Acho que Michelle está com mais pinta. Eduardo está com medo de acabar preso como o pai. De resto, alimenta um desejo insano de permanecer morando nos Estados Unidos.
Quanto a Tarcísio (Make America Great Again) de Freitas, governador de São Paulo, anda zanzando por aí igual a barata tonta.