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    Fibromialgia: como a alimentação certa pode aliviar os sintomas

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    Você sente dores no corpo, cansaço constante, dificuldades para dormir e uma sensibilidade fora do comum ao toque? Esses são alguns dos sintomas mais comuns da fibromialgia, uma condição crônica que, embora ainda sem cura, pode ter seus efeitos amenizados com ajuda da alimentação.

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    Na quinta-feira (24/7), foi sancionada sem vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Lei nº 15.176, que prevê que, a partir de 2026, pessoas com fibromialgia serão legalmente reconhecidas como pessoas com deficiência no Brasil. A norma entra em vigor em janeiro e garantirá acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), cotas em concursos públicos e isenção de IPI na compra de veículos, para aqueles que apresentarem laudo com diagnóstico da síndrome.

    Enquanto esse avanço representa um importante passo no reconhecimento dos direitos das pessoas com fibromialgia, o cuidado com a saúde continua sendo essencial para melhorar a qualidade de vida. E, de acordo a nutricionista Ingrid Ulhoa, a alimentação pode ter um papel fundamental nesse processo.

    “Vejo diariamente como ajustes simples na alimentação fazem diferença real na qualidade de vida de quem convive com a fibromialgia”, afirma Ingrid. Ela explica que a inflamação e o estresse oxidativo estão diretamente ligados ao agravamento dos sintomas, e que uma alimentação com foco anti-inflamatório e antioxidante pode ajudar a controlá-los.

    O que incluir no prato

    Entre os alimentos indicados pela nutricionista estão as frutas vermelhas como amora, mirtilo e morango, ricas em antocianinas que ajudam a reduzir inflamações. Peixes como salmão, sardinha e atum, fontes de ômega-3, também são recomendados por sua ação anti-inflamatória.

    O azeite de oliva extra virgem contribui para melhorar a sensibilidade à dor, enquanto vegetais verde-escuros como espinafre, couve e brócolis são importantes por oferecerem magnésio e antioxidantes. Temperos como cúrcuma e gengibre têm ação anti-inflamatória natural, e alimentos como castanhas, sementes e abacate fornecem gorduras boas, importantes para combater o estresse oxidativo.

    4 imagensAdicione ao prato alimentos ricos em ômega 3Frutas vermelhas (amora, mirtilo, morango): ricas em antocianinas, ajudam a reduzir inflamaçõesA cúrcuma tem se mostrado eficaz no combate à inflamação, um fator frequentemente presente em pessoas com diabetes, e pode contribuir para a melhora da sensibilidade à insulinaFechar modal.1 de 4

    Azeite de oliva é uma das gorduras mais saudáveis para utilizar na cozinha

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    Adicione ao prato alimentos ricos em ômega 3

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    Frutas vermelhas (amora, mirtilo, morango): ricas em antocianinas, ajudam a reduzir inflamações

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    A cúrcuma tem se mostrado eficaz no combate à inflamação, um fator frequentemente presente em pessoas com diabetes, e pode contribuir para a melhora da sensibilidade à insulina

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    O que evitar para não piorar os sintomas

    Por outro lado, segundo a nutricionista, alguns alimentos devem ser evitados, já que podem aumentar a inflamação e piorar sintomas como dor e cansaço. Entre eles estão açúcar refinado, ultraprocessados, glúten e laticínios (em alguns casos), além de frituras, alimentos com gordura trans e o excesso de cafeína, que pode atrapalhar o sono.

    Dicas práticas da nutricionista

    Ingrid também dá algumas orientações práticas que podem contribuir no dia a dia. “Hidrate-se bem. Muitas pessoas com fibromialgia relatam melhora ao aumentar o consumo de água. E evite jejum prolongado, pois a falta de energia pode intensificar a fadiga”, orienta.

    A suplementação pode ser útil em alguns casos, desde que acompanhada por um profissional. Magnésio, vitamina D, coenzima Q10 e probióticos são opções que podem ser consideradas, dependendo da necessidade individual.

    Foto de mulher sentada em cama com mãos nas costas - MetrópolesFibromialgia causa dores intensas sem inflamações ou causas aparentes

    Fibromialgia será considerada deficiência no Brasil

    A partir de 2026, pessoas com fibromialgia serão legalmente reconhecidas como pessoas com deficiência no Brasil. A medida está prevista na Lei 15.176, sancionada sem vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quinta-feira (24/7). A norma entra em vigor em janeiro e permitirá que pessoas com o laudo da síndrome consigam acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), tenham cotas em concursos e isenção de IPI na compra de veículos.

    O diagnóstico deverá ser confirmado por equipe de saúde composta por médicos e psicólogos. Essa avaliação garantirá que quem receba o benefício sejam pessoas com limitação funcional causada pela fibromialgia.

    No Brasil, o tratamento é oferecido pelo SUS. Em algumas unidades, há centros especializados em dor. O reconhecimento legal da condição deve facilitar o acesso a cuidados contínuos e adaptações no ambiente de trabalho e estudo.

    Por ser uma condição complexa e com respostas diferentes em cada organismo, o acompanhamento com um nutricionista é essencial. “A alimentação pode ser o primeiro passo para quem convive com a fibromialgia e quer melhorar sua qualidade de vida”, conclui Ingrid.