Na última quarta-feira (2/7), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) compartilhou com seus 3,4 milhões de seguidores no X (antigo Twitter) nota contra a aprovação do projeto de lei que pretende legalizar as atividades de bingos, cassinos e do jogo do bicho no Brasil. Embora se oponha à legalização dessas práticas no país, Flávio costuma frequentar cassinos no exterior, especialmente nos Estados Unidos.
A mais recente viagem conhecida com esse propósito ocorreu em janeiro deste ano. No dia 18 – fim de semana anterior à posse de Donald Trump como presidente dos EUA –, ele e o advogado Willer Tomaz estiveram em uma sala reservada do Seminole Hard Rock Hotel & Casino, em Miami.
No fim da noitada, Willer sacou US$ 236 mil em dinheiro vivo, segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo.
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Em janeiro de 2020, no início do governo de Jair Bolsonaro (PL), Flávio também esteve nos Estados Unidos – em uma viagem custeada pelo Senado – para uma série de compromissos, incluindo um encontro com o magnata dos cassinos Sheldon Adelson (1933–2021).
Na ocasião, o senador integrou comitiva da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), ao lado do colega Irajá (PSD-TO), atual relator do projeto que trata da legalização dos cassinos.
Apesar de frequentar estabelecimentos de jogos em outros países, Flávio Bolsonaro tem se posicionado contra a proposta no Senado. Quando o texto foi votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, em junho do ano passado, o senador votou contra. Ainda assim, o projeto foi aprovado por 14 votos a 12.
A nota compartilhada por Flávio é de autoria do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb), entidade que reúne dirigentes de igrejas protestantes. O documento manifesta oposição à aprovação do projeto, mencionando riscos, como o endividamento da população e o vício em jogos de azar, conhecido como ludopatia. “Nota de repúdio à aprovação da jogatina!”, escreveu o senador ao divulgar o texto em seu perfil no X.
Atualmente, o projeto aguarda votação no Plenário do Senado. Segundo parlamentares envolvidos com o tema, a proposta pode ser apreciada já na próxima semana, antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho.
Como já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto, se passar no Senado, seguirá para sanção do presidente Lula (PT). Além dos cassinos, o texto prevê a legalização de bingos, do jogo do bicho e de apostas em corridas de cavalos.
A reportagem procurou Flávio Bolsonaro para comentários, mas não obteve resposta até o momento.