Os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) reduziram a estimativa de inflação para 2025 pela oitava semana consecutiva. É o que mostra a nova edição do Relatório Focus, divulgada nesta segunda-feira (21/7).
Inflação
- De acordo com o relatório, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 5,1%, ante 5,17% da semana anterior.
- Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3%.
- Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%.
- O mercado continua esperando, portanto, que a inflação estoure o teto da meta neste ano.
- Em relação ao ano que vem, os economistas consultados pelo BC reduziram a projeção de 4,5% para 4,45%.
- Para 2027, o índice esperado foi mantido em 4%.
Inflação ficou acima do teto da meta
Os preços de bens e serviços do país avançaram 0,24% em junho — o que representa um recuo de 0,02 ponto percentual em comparação a maio (0,26%). Em 12 meses até junho, a inflação acumula alta de 5,35%, confirmando o estouro da meta em 2025.
A inflação ficou acima do teto da meta. Foi a primeira vez que um estouro foi registrado no novo regime, que utiliza o acumulado de 12 meses, chamado de meta contínua.
No regime de meta contínua, o índice é apurado mês a mês. Caso o acumulado dos meses fique acima do fixado por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
Leia também
-
FMI prevê alta de 2,3% do PIB em 2025 e inflação na meta só em 2027
-
Inflação nos EUA acelera em junho, mas fica dentro do esperado
-
Abaixo do esperado, inflação na Argentina fica em 1,6% em junho
-
Fazenda prevê inflação a 4,9% em 2025 e vê IPCA dentro da meta em 2026
9 imagens
Fechar modal.
1 de 9
Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país
KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images2 de 9
Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda
Olga Shumytskaya/ Getty Images3 de 9
Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles
Javier Ghersi/ Getty Images4 de 9
No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras
boonchai wedmakawand/ Getty Images5 de 9
De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas
Eoneren/ Getty Images6 de 9
No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda
selimaksan/ Getty Images7 de 9
No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros
Adam Gault/ Getty Images8 de 9
Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas
Javier Zayas Photography/ Getty Images9 de 9
Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação – quando o controle de todos os preços é perdido
coldsnowstormv/ Getty Images
PIB
Segundo o Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2025 deve ter crescimento de 2,23%, a mesma projeção da semana passada.
- Para 2026, a previsão de crescimento da economia recuou de 1,89% para 1,88%.
- Para 2027, a estimativa continua em 2%.
- Em 2024, o PIB brasileiro fechou em alta de 3,4%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Juros
- Em relação à taxa básica de juros da economia, a Selic, o mercado financeiro manteve a estimativa para o fim de 2025 em 15% ao ano.
- Para 2026, a projeção segue em 12,5% ao ano.
- Para 2027, o mercado manteve a estimativa para a Selic em 10,5% ao ano.
- Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi elevada em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano. Foi o sétimo aumento consecutivo da taxa básica de juros no país.
- A próxima reunião do colegiado está marcada para os dias 29 e 30 de junho.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
Dólar
- Os analistas consultados pelo BC mantiveram a projeção para o dólar em 2025 em R$ 5,65.
- Para 2026, a estimativa se manteve em R$ 5,70.
- Para 2027, o mercado diminuiu a projeção de R$ 5,71 para R$ 5,70.
Relatório Focus
O Relatório Focus resume as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. O boletim é divulgado, normalmente, às segundas-feiras.
O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio (dólar), taxa Selic, entre outros indicadores.
As projeções são do mercado, não do BC. A autoridade monetária só reúne e divulga os dados.
8 imagens
Fechar modal.
1 de 8
Yanka Romão/Arte Metrópoles2 de 8
Yanka Romão/Arte Metrópoles3 de 8
Yanka Romão/Arte Metrópoles4 de 8
Yanka Romão/Arte Metrópoles5 de 8
Yanka Romão/Arte Metrópoles6 de 8
Yanka Romão/Arte Metrópoles7 de 8
Yanka Romão/Arte Metrópoles8 de 8
Yanka Romão/Arte Metrópoles