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    Gastronomia de herança: chefs resgatam receitas afetivas de família

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    Culinária e memória afetiva caminham juntas na cozinha de chefs como Franklin Bin, Gilberto Masi e Renata La Porta. Em suas receitas, transmitidas por gerações, estão os sabores que marcaram suas infâncias e continuam a fazer sucesso até hoje.

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    Couve-flor empanada crocante: a receita da avó do chef Franklin Bin

    “Acompanhamento simples, mas que marcou minha infância”

    Franklin Bin, vice-campeão do MasterChef Profissionais 5, recorda com carinho a comida simples, porém cheia de sabor, que sua avó preparava. “Apesar de ter crescido em uma casa onde meus avós trabalhavam com a pesca e sempre havia peixe, camarão e mariscos na mesa, minha memória mais forte dessa época é o acompanhamento de couve-flor frita que ela fazia. Amo demais!”, revela o chef.

    foto colorida de Nair, avó do chef Franklin Bin. cozinhandoNair – avó do chef Franklin Bin

    Ingredientes:

    • 1 cabeça de couve-flor (cortada em floretes médios)
    • Sal
    • Água para cozinhar

    Para o empanado:

    • 1 xícara de farinha de trigo
    • 1/2 xícara de amido de milho (deixa mais leve e crocante)
    • 1 colher de chá de páprica (opcional)
    • 1/2 colher de chá de alho em pó (opcional)
    • Sal e pimenta-do-reino a gosto
    • 1 colher de chá de fermento químico (tipo Pó Royal)
    • 1 xícara de água gelada (ajuste conforme a textura da massa)

    Para empanar:

    • Farinha panko ou farinha de rosca
    • Óleo para fritar

    Modo de Preparo:

    1. Ferva os floretes de couve-flor em água com sal por 3 a 4 minutos até ficarem ligeiramente macios.
    2. Escorra bem, seque com papel toalha e deixe esfriar.
    3. Em uma tigela, misture farinha de trigo, amido de milho, páprica, alho em pó, sal, pimenta e fermento.
    4. Adicione água gelada aos poucos, mexendo até formar uma massa cremosa e lisa.
    5. Passe os floretes de couve-flor na massa e empane na farinha panko ou de rosca.
    6. Aqueça o óleo e frite até dourar bem.
    7. Escorra em papel toalha e sirva.

    Cozidão de Carne de Porco: a receita afetiva do chef Gilberto Masi

    “Comi essa receita em várias versões ao longo da minha vida”

    O chef Gilberto Masi compartilha uma versão de um prato afetivo, o Cozidão de carne de porco, que foi inspirado nas receitas de sua avó. “O cozidão é uma receita que me acompanhou a vida toda, com várias versões em lugares diferentes. Ele é aquele tipo de comida para muita gente, para comemorar, para alimentar o corpo e a alma”, explica Masi.

    A versão que ele passa, com carne de porco e uma seleção de legumes, reflete a flexibilidade do prato, que pode ser adaptado conforme os ingredientes disponíveis. Para ele, o segredo está no preparo cuidadoso dos legumes e no sabor do caldo, que mistura todos os temperos e carnes.

    foto colorida de cozidão de carne de porcoCozidão de carne de porco

    Ingredientes:

    • 1 kg de lombo de porco salgado (dessalgado e cortado em cubos grandes)
    • 1 kg de calabresa
    • 1 kg de paio
    • 1 kg de costela suína defumada
    • 1 kg de batata (em pedaços grandes)
    • 1 kg de batata doce (idem)
    • 1 kg de cenoura (idem)
    • 1 kg de abóbora (idem)
    • 2 maços de couve (tirar o talo, mas manter as folhas inteiras)
    • 1 repolho roxo grande (destacar as folhas, mantendo inteiras)
    • 500 g de vagem
    • 2 cebolas grandes
    • 6 dentes de alho
    • Louro
    • Cheiro verde
    • Páprica doce
    • Tomilho
    • Passata de tomate
    • Vinho tinto seco
    • Farinha de mandioca

    Modo de Preparo:

    1. Dessalgue o lombo de porco e corte-o em cubos grandes.
    2. Refogue o lombo com as calabresas, paio, costela suína defumada, cebola, alho e temperos secos.
    3. Adicione passata de tomate e vinho tinto, e cozinhe na pressão por 30 minutos.
    4. Após sair a pressão, retire a panela do fogo e acrescente os legumes conforme o tempo de cozimento: cenoura, batata, batata doce,
    5. repolho, vagem, couve e abóbora. Cozinhe até que fiquem firmes.
    6. Sirva com arroz branco e pirão feito com o caldo do cozimento.

    Gallantine de haddock defumado: a receita da bisavó de Renata La Porta

    “Uma lembrança doce de família, que passou por gerações”

    A chef Renata La Porta compartilha uma receita herdada de sua bisavó: a Gallantine de haddock defumado. “Adoro essa receita! Primeiro, por ter sido criada por minha bisavó Eugênia e ser uma receita tão gostosa que sobreviveu à passagem das gerações. Segundo, pelo sabor exótico e agridoce dessa receita, que tem uma personalidade única”, compartilha Renata.

    Este prato é uma verdadeira herança da culinária familiar, sendo servido em eventos familiares em épocas de calor. “Receitas inesquecíveis costumam passear pelos sabores familiares de laços e afetos”, finaliza a chef.

    foto antiga da bisavó da chef Renata La PortaEugênia – bisavó da chef Renata La Porta

    Ingredientes:

    • 400g de lombo de haddock defumado sem pele e sem espinha
    • 3 colheres de sopa de cebola ralada
    • 3 xícaras de maionese
    • 2 xícaras de água
    • 1 xícara de leite integral gelado
    • ½ xícara de catchup
    • 1 maço de salsinha
    • 5 folhas de gelatina transparente
    • 1 folha de gelatina vermelha
    • 1 colher de chá de mostarda Dijon
    • 1 colher de chá de suco de limão coado
    • 1 colher de chá de sal refinado
    • 1 colher de chá de açúcar
    • 1 colher de chá de vinagre de arroz

    Modo de Preparo:

    1. Coloque o haddock de molho em 1 xícara de água gelada misturada com leite por 1 hora.
    2. Cozinhe o haddock com azeite, cebola ralada e salsinha por 10 minutos.
    3. Retire do fogo, deixe esfriar e desfaça o haddock em pedaços menores.
    4. Amasse o haddock com um garfo e regue com o azeite do cozimento.
    5. Misture todos os outros ingredientes, exceto a gelatina.
    6. Dissolva a gelatina em 1 xícara de água morna e misture à preparação.
    7. Modele a mistura em uma forma untada com azeite e leve à geladeira por pelo menos 2 horas.
    8. Desenforme e sirva com pêssego em calda e torradinhas finas.

    Essas receitas não são apenas pratos, mas verdadeiros legados familiares que continuam a ser preparados e apreciados, mantendo viva a memória e o sabor da tradição culinária.