A estreia de Glenn Martens na Maison Margiela foi um encontro entre passado e futuro durante a Semana de Alta-Costura, em desfile realizado nessa quarta-feira (9/7). Conhecido por suas experimentações à frente da Diesel e da Y/Project, Martens mergulhou na história da grife com reverência ao legado dos diretores criativos anteriores, sem deixar de revelar sua própria personalidade nas criações.
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Martens explorou texturas e pinturas
Quem acompanhou a longa trajetória de Glenn Martens no Y/Project e na Diesel conhece a personalidade experimental do designer e esperava ansiosamente sua estreia na Maison Margiela. O grande debut em Paris misturou elementos medievais, pós-impressionistas e uma estética urbana quase “suja”, provando que a Margiela de 2025 pertence, sim, à modernidade (e ao futurismo), mas ainda se firma na história performática e na referência às artes do passado, assim como foi nas mãos de John Galliano ao longo dos últimos 10 anos.
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Não foi apenas o legado de Galliano que foi respeitado pelo estreante. A coleção louvou, sobretudo, a mente de Martin Margiela, fundador da grife que deixou a direção criativa em 2009. As criações do designer belga tiveram grande influência sobre toda a indústria da alta-costura, e três dessas inovações puderam ser vistas no trabalho de Glenn Martens.
“Eu amo esta maison pelo DNA de seu fundador, mas com certeza muito desse DNA já foi totalmente saqueado; literalmente saqueado”, disse o novo diretor criativo em entrevista à Vogue Business.
Elementos valorizados pelo fundador da maison
Estética medieval
Trompe l’oeil na cenografia
O cenário do desfile, realizado no subsolo de Le Centquatre — onde por mais de um século funcionou uma funerária —, apresentava colagens de papel nas paredes, remetendo ao que Martens descreveu como “interiores palacianos”. Essas colagens, amassadas e descascando como cartazes, referenciaram o amor de Martin Margiela por trompe l’oeil, famosa técnica de pintura em paredes, neste caso misturando arte contemporânea com a ideia dos palácios medievais.
Composição do cenário
Máscaras
Glenn Martens explorou sem medo um dos itens que mais ajudaram a transformar Martin Margiela em um ícone da estética na moda: a máscara. O elemento assinatura da grife que apareceu pela primeira vez na coleção de estreia da maison, em 1989, e logo se tornou um símbolo do desejo de anonimato do próprio fundador.
Na coleção de estreia de Martens, as máscaras foram apresentadas em metal, adornadas com cristais, ou construídas a partir de fatias de materiais transparentes e renda.
Anonimato faz parte da história da marca
Máscara transparente
Martens recuperou a assinatura de Martin Margiela
Busca nos brechós
A coleção de outono de 2025 faz parte da linha Artisanal da maison, conhecida por ser construída, em grande parte, a partir de objetos encontrados para além do ateliê. Martens realizou uma tarefa semelhante a do fundador, que utilizava rendas antigas, jeans usados ou sedas de forros nas coleções iniciais.
Antes do desfile, Martens revelou que grande parte dos materiais da coleção veio de peças adquiridas em brechós parisienses. Até mesmo as máscaras foram moldadas a partir de caixas de metal descartadas, e outros looks foram confeccionados a partir de joias de fantasia antigas, transformando-as no espetáculo visual que faz parte da assinatura Margiela.
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