O Pentágono admitiu pela primeira vez abusos ao Corão. De acordo com a cúpula militar dos EUA, soldados baseados na prisão da base americana de Guantánamo, em Cuba, jogaram urina sobre o livro sagrado dos muçulmanos.
O líquido respingou em um detento. Civis contratados também chutaram e pisaram o Corão. Ao todo, o Comando do Sul, responsável pelo centro de detenção para suspeitos de terrorismo, descreveu cinco casos de mau uso do Corão por agentes americanos na base.
Denúncias de profanação do livro sagrado vieram à tona em maio nas páginas da revista americana Newsweek. Segundo a publicação, militares americanos teriam jogado em um vaso sanitário um exemplar do livro.
Um documento do FBI (polícia federal americana) de 2002, fornecido pelo governo à Associação Americana de Liberdades Civis, registrou a reclamação de um detento sobre um caso semelhante.
As suspeitas detonaram protestos em vários países islâmicos. No Afeganistão foram registradas 16 mortes e houve distúrbios em Paquistão, Índia e Indonésia, entre outras nações. Dias depois, sob forte pressão do governo dos EUA, a revista se retratou, afirmando que a fonte não tinha segurança sobre o que havia dito sobre os abusos.
(Publicado aqui em 2 de julho de 2005)