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Homem deportado por engano dos EUA relata que foi torturado em prisão

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Homem deportado por engano dos EUA relata que foi torturado em prisão

O cidadão norte-americano e salvadorenho Kilmar Ábrego García, que foi deportado dos Estados Unidos por engano, alegou que sofreu tortura física e psicológica durante os três meses que passou sob custódia em El Salvador. Os relatos em forma de documento foram apresentados nessa quarta (2/7), ao tribunal em Maryland, nos EUA. O imigrante morava nos EUA há 14 anos e foi expulso acusado de ser membro de uma gangue no país natal.

García ficou detido no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), em El Salvador. Ele relata que os detentos ficam confinados em celas superlotadas, sem janelas e com luzes fortes acesas 24 horas por dia, em beliches de metal, sem colchões.

“Os guardas agrediam os prisioneiros que caíssem de joelhos por causa da exaustão. As condições eram insalubres até mesmo para fazer as necessidades”, diz o relato. “Ábrego García teve acesso ao banheiro negado e se sujou”, informa ainda o documento judicial.

Entenda a deportação por equívoco de Kilmar García

O depoimento do Salvadorenho é uma das primeiras informações detalhadas sobre as condições insalubres dentro de Ceco. Segundo grupos de direitos humanos, a “mega-prisão” foi criada para fazer as pessoas “desaparecerem”.

Os advogados de García afirmam que ele perdeu 14 quilos durante as duas primeiras semanas de confinamento. Os guardas da prisão também chegaram a conclusão que Ábrego García não era membro de gangue, e que suas tatuagens não indicavam filiação com nenhuma organização criminosa.

“Os agentes penitenciários reconheceram explicitamente que as tatuagens do autor Ábrego García não estavam relacionadas a gangues, dizendo-lhe ‘suas tatuagens estão ok’”. “O mantiveram em uma cela separada dos acusados ​​de pertencer a gangue”.

Deportação ou liberdade?

Atualmente, Ábrego García está sob custódia em Nashville, no estado americano do Tennessee. O governo Trump o trouxe de volta de El Salvador, após inicialmente alegar que não tinha poder para fazê-lo.

O Departamento de Justiça dos EUA quer que ele seja julgado por acusações de tráfico de pessoas. O governo também o acusou de ser membro da gangue de rua MS-13, e Trump alegou que as tatuagens de Ábrego García indicam pertencimento à gangue.

Ábrego García se declarou inocente das acusações de contrabando, que seus advogados caracterizaram como uma tentativa de justificar o erro do governo em deportá-lo após o fato.  No último domingo, um juiz ordenou sua libertação enquanto o caso continua em processo.

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