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    Homens são infectados com parasitas após transplante de rim nos EUA

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    Os Estados Unidos registraram dois casos raros de pacientes que receberam rins e foram infectados pelos vermes parasitas Strongyloides stercoralis. O relato foi publicado na revista The New England Journal of Medicine em 18 de junho.

    O primeiro paciente, de 61 anos, foi hospitalizado dez semanas após o transplante com náusea, vômitos, sede excessiva, desconforto abdominal, dor nas costas e febre. O quadro estava piorando rapidamente, e o homem entrou em falência respiratória com baixíssima pressão sanguínea — ele foi transferido de hospital, e os médicos perceberam uma irritação na pele com marcas roxas.

    Foi feita uma bateria de exames, considerando que o paciente estava tomando imunossupressivos para evitar a rejeição do rim transplantado e antibióticos. Só depois de descartar outras possibilidades, os médicos descobriram que os níveis de um tipo específico de célular de defesa que luta contra parasitas estava muito alto.

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    Sintoma que preocupou os médicos, manchas roxas apontaram para infecção com verme

    The New England Journal of Medicine ©20252 de 2

    Vermes que foram encontrados na análise de tecidos do paciente

    The New England Journal of Medicine ©2025

    Analisando o sangue do paciente e do doador, os profissionais de saúde descobriram que o homem tinha anticorpos contra o verme Strongyloides stercoralis, indicando que o sistema imunológico teve contato com o parasita.

    Foram feitas análises de vários tecidos do paciente, incluindo abdomen, pele e pulmões: só aí os médicos encontraram os vermes espalhados pelo corpo do homem. O norte-americano foi tratado e se recuperou.

    Infecção de doador com vermes e alerta para outros transplantados

    A equipe médica sinalizou a central de transplantes sobre a necessidade de verificar outros pacientes que receberam órgãos do mesmo homem. Foi o que salvou a vida do segundo paciente, de 66 anos, que foi transplantado com o outro rim do doador e estava internado com os mesmos sintomas em outro hospital.

    Infecções que acontecem a partir de transplantes são raras — segundo estudos, nos Estados Unidos, só 14 casos a cada 10 mil transplantes são registrados.

    “Transplantes de órgãos salvam vidas. Em casos como esse, a comunicação e coordenação entre hospitais e o envolvimento de médicos especialistas em doenças infecciosas é importante, assim como o alerta da rede de transplantes”, afirma o porta-voz de um dos hospitais ao portal Live Science.

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