O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mantém a previsão de crescimento da economia brasileira para 2025 em 2,4%, enquanto reduziu de 2% para 1,8% a projeção referente a 2026. As estimativas foram divulgadas nessa terça-feira (1º/7).
O Ipea prevê que o desempenho do setor da agropecuária deve ter uma melhora significativa no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano na comparação com 2024, quando registrou variação negativa.
No primeiro trimestre, a atividade econômica registrou alta de 1,4%, com destaque para a expansão do agro.
No recorte por setores produtivos, as estimativas do instituto mostram que:
- a agropecuária deve crescer 8% em 2025, contra os -3,2% computados em 2024;
- o crescimento da indústria deve desacelerar em 2025 (1,4%) após o bom resultado em 2024 (3,3%); e
- os serviços devem crescer menos em 2025, com incremento de 1,9% na economia brasileira após avançar 3,7% em 2024.
A pesquisa mostra que a agropecuária deve crescer até 8,8% neste ano. O Ipea também destacou que o setor de serviços deve continuar como “um dos principais motores da economia” em 2025 e 2026.
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Segundo o Ipea, a economia deve crescer menos em 2026 devido a juros altos, cenário internacional incerto e menor capacidade de consumo das famílias. Os dados indicam que os serviços devem subir 1,7%, a indústria 1,6% e o agro apenas 1% no próximo ano.
“Apesar disso, o mercado de trabalho segue forte, e o aumento do salário mínimo e dos benefícios sociais ajuda a manter a atividade econômica aquecida”, destacou o instituto.
A pesquisa ressalta que a indústria de transformação deve ser a mais impactada pela atual condução da política monetária, feita pelo Banco Central. O setor é responsável por transformar a matéria-prima em produtos.
Atualmente, a taxa básica de juros do país, a Selic, está em 15% ao ano após o Comitê de Política Monetária (Copom) engatar a sétima elevação consecutiva no ciclo de aperto monetário. Em contrapartida, o Copom indicou o fim da onda de altas nos juros.
Outras projeções: juros, inflação e dólar
O estudo também reúne as expectativas do Ipea para a taxa de juros, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e taxa de câmbio (ou seja, o dólar). Confira as projeções a seguir.
No material, o instituto espera que a taxa Selic comece a cair no próximo ano, chegando a 12,5% ao fim do exercício.
No câmbio, o Ipea avalia que o dólar deve se manter estável ou até recuar “um pouco” em 2025, com a influência da queda das tensões internacionais e da melhora fiscal do Brasil.
A previsão é que a inflação, medida pelo IPCA, fique em 5,2% neste ano e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede o custo de vida das famílias de baixa renda, feche em 4,9%.
O mercado financeiro também projeta que a inflação encerre 2025 em 5,2%. Segundo o relatório Focus (boletim semanal que reúne estatísticas sobre indicadores), as expectativas para os próximos três anos seguem as mesmas da semana anterior:
- para 2026, continua em 4,50%;
- para 2027, segue em 4%; e
- para 2028, está em 3,83%.