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    Kuntz diz à PF que Cid pediu criação de grupo com defesa de Bolsonaro

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    O advogado Eduardo Kuntz, que defende o ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Câmara, afirmou à Polícia Federal (PF) que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid pediu para ele criar um grupo de mensagens no Instagram com Cid e o advogado Paulo Bueno, defensor do ex-presidente.

    Segundo Kuntz, o perfil usado por Cid era em nome da esposa dele. O advogado relatou que, em janeiro do ano passado, Cid solicitou a criação do grupo, que foi feito às 18h54 de 31 de janeiro. A informação já havia sido repassada pela Meta ao Supremo Tribunal Federal (STF).

    Questionado pela PF em depoimento na terça-feira (1°/7) sobre o motivo do grupo, Kuntz disse que apenas atendeu ao pedido de Cid e não sabe a razão exata. Ele explicou que chegou a fazer uma videochamada para avisar sobre a criação do grupo, mas apenas Cid atendeu. Depois, no mesmo dia, o próprio Cid tentou ligar no grupo, sem sucesso.

    Kuntz relatou ainda que o grupo ficou ativo até junho do ano passado, quando enviou uma mensagem por engano, que era para ter sido direcionada ao privado de Paulo Bueno.

    “Indaga-se sobre o motivo da troca de mensagens envolvendo os citados perfis, dois dias antes da apresentação da defesa prévia de Marcelo Costa Câmara, em que revelou que manteve contatos com o perfil ‘gabrie1ar702’, respondeu que não teve um objetivo específico; que, conforme já exposto, foi uma mensagem enviada por equivoco no grupo”, disse Kuntz à PF.

    4 imagensMauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair BolsonaroTenente-coronel Mauro CidFechar modal.1 de 4

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    Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro

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    Tenente-coronel Mauro Cid

    Hugo Barreto/Metrópoles

    Depoimento

    O depoimento de Kuntz durou cerca de cinco horas. No inquérito sobre a suposta trama golpista liderada por Bolsonaro, Kuntz alegou que trocou mensagens com Mauro Cid pelo Instagram, usando a conta @gabrielar702, atribuída à esposa de Cid.

    A troca de mensagens motivou Kuntz a pedir a nulidade da delação de Mauro Cid, que nega ter mantido os contatos. Apesar disso, o advogado foi convocado a depor por suspeita de obstrução de justiça.