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    Lindbergh sobre ameaça a Motta e Alcolumbre: “Efeito será o contrário”

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    O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou as tentativas da oposição de intimidar, com possíveis sanções vindas dos Estados Unidos, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP). Em postagem nesta sexta-feira (25/7), o parlamentar disse que a “chantagem” terá efeito contrário.

    Na visão de Lindbergh Farias, que é líder do PT na Câmara dos Deputados, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) “queimou todas as pontes e tenta intimidar o Congresso Nacional com sanções estrangeiras” para que as casas legislativas possam pautar o projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

    “O efeito será o contrário. Alguém realmente acha que, depois dessa ameaça pública e absurda, Alcolumbre e Motta vão pautar esse projeto? Seria uma desmoralização completa do Congresso, uma rendição vergonhosa à pressão externa articulada por um deputado submisso a interesses estrangeiros”, afirmou o petista.

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    O petista finaliza dizendo que Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA desde março, acaba de enterrar qualquer possibilidade real de anistia: “Ameaçar o Legislativo foi o maior tiro no pé”.

    Mais cedo, ainda nesta sexta-feira (25/7), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro apontou que Motta e Alcolumbre podem ser os próximos alvos da suspensão de vistos e de sanções aplicadas pelo governo de Donald Trump.

    3 imagensEduardo é filho do ex-presidente Jair BolsonaroO deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP)Fechar modal.1 de 3

    Eduardo Bolsonaro e Alexandre de Moraes

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    Eduardo é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro

    © Hugo Barreto / Metrópoles3 de 3

    O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP)

    VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

    Em entrevista ao programa Oeste com Elas, no YouTube, o parlamentar afirmou que o Brasil pode estar “mais perto do que nunca” de ver a Lei Magnitsky ser aplicada contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A legislação impõe uma série de sanções econômicas quando aplicada.

    Suspensão de vistos e sanções

    • O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou nas redes sociais, que mandou suspender o visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de seus aliados na Corte e de familiares próximos de todos eles.
    • “A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos. Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados na corte, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato”, afirmou Rubio.
    • O Departamento do Estado explicou que a política de restrição de visto está de acordo com a Seção 212(a)(3)(C) da Lei de Imigração e Nacionalidade, que autoriza o secretário de Estado a tornar inadmissível qualquer estrangeiro cuja entrada nos Estados Unidos “possa ter consequências adversas potencialmente graves para a política externa”.
    • Moraes tem sido acusado de promover censura por meio de ordens judiciais. Segundo parlamentares dos EUA, as ordens do ministro atingem empresas localizadas nos EUA e cidadãos que estão no país.
    • O presidente Trump também aplicou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. O Brasil foi incluído na lista dos países que pagarão a tarifa máxima, prevista para entrar em vigor a partir de 1º de agosto.

    “O Trump tem um arsenal na mesa dele e, pode ter certeza, ele não utilizou esse arsenal todo. Caso venha, talvez até hoje, quem sabe, Deus queira, a Lei Magnitsky contra o Alexandre de Moraes, esse vai ser só mais um capítulo dessa novela. Não será o último”, disse o deputado federal autoexilado nos EUA.

    O Metrópoles, por meio da coluna de Paulo Cappelli, já havia revelado que o governo Trump estuda aplicar uma sanção específica aos presidentes. A Casa Branca analisa a possibilidade de punir os chefes do Legislativo com base na Lei Magnitsky, que restringe operações em dólar americano e é utilizada em casos de violação de direitos humanos.