O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta sexta-feira (25/7), durante agenda em Osasco, na Grande São Paulo, que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) liga “todo dia” para tentar negociar as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra os produtos brasileiros, mas que “ninguém quer conversar com ele”.
No mesmo evento, Lula disse que a família Bolsonaro “está traindo a nação” e induzindo Trump a acreditar na “mentira” de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para impor o tarifaço contra o Brasil, previsto para vigorar a partir de 1º de agosto.
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“Trump, no dia que você quiser conversar, o Brasil estará pronto e preparado para discutir e tentar mostrar o quanto você foi enganado com as informações que te deram, e você vai saber a verdade sobre o Brasil. E, quando você souber da verdade, você vai falar: ‘Lula, eu não vou mais taxar o Brasil, vamos ficar assim como está’”, disse Lula.
“Mas é preciso conversar, e está aqui meu conversador número 1. Ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém, e ninguém quer conversar com ele”, completou o presidente.
Apesar dessa declaração de Lula, Alckmin já disse em entrevista que manteve, nos últimos dias, conversas reservadas com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, para tentar evitar o tarifaço sobre as exportações brasileiras.
Lula em discurso em periferia de Osasco, na Grande São Paulo
Canal Gov/YouTube/Reprodução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursa em Osasco.
Divulgação/Redes sociais
O prefeito Gerson Pessoa (Podemos) discursou ao lado do presidente Lula (PT) em Osasco.
Valentina Moreira/ Metrópoles
O presidente Lula (PT) e o prefeito de Osasco Gerson Pessoa (Podemos) em anúncio de obras na periferia
Reprodução/Redes sociais
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em evento em Osasco, na Grande São Paulo
Reprodução/ YouTube
Antes da cerimônia, Lula visitou periferias em Osasco, na Grande São Paulo
Ricardo Stuckert / PR/ Divulgação
Lula e moradores da Favela 13, em Osasco na Grande São Paulo
Ricardo Stuckert / PR/ Divulgação
Lula posa com moradoras da periferia de Osasco, na Grande São Paulo
Ricardo Stuckert / PR/ Divulgação
Lula inspeciona córrego acompanhado do deputado estadual Emídio de Souza, e do ministro Jader Filho
Ricardo Stuckert / PR/ Divulgação
Em Osasco, onde anunciou investimentos de R$ 4,6 bilhões do “Novo PAC Seleções 2025 Periferia Viva – Urbanização de Favelas”, Lula posou com a bandeira do Brasil no palco e disse que os bolsonaristas se apropriaram de símbolos nacionais e, agora, estão subservientes aos americanos.
“Esses mesmos cidadãos ou cidadãs que utilizavam a camisa da Seleção Brasileira e a bandeira nacional se dizendo patriotas estão agora agarrados na bota do presidente dos Estados Unidos pedindo para ele fazer intervenção no Brasil, numa total falta de patriotismo. Junto à falta de patriotismo, com sem-vergonhice, com traição”, disse Lula.
“Estão pedindo para o presidente da República dos Estados Unidos aumentar a taxa das coisas que nós vendemos para eles para poder libertar o pai. Ou seja, trocando o Brasil pelo pai. Que patriota que é esse?”, questionou Lula, referindo-se à carta enviada por Trump, dia 9 de julho, para anunciar o tarifaço. Nela, o líder norte-americano cita uma “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro.
“Ele [Trump] foi induzido a acreditar numa mentira de que o Bolsonaro está sendo perseguido”, acrescentou Lula.