O presidente Lula reuniu lideranças políticas rivais em Alagoas na noite desta quinta-feira (10/7), no Palácio da Alvorada, para oficializar a indicação da procuradora alagoana Maria Marluce Caldas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O encontro contou com as presenças do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL); do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL); e do atual prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, que é filiado ao PL.
JHC foi o principal articulador da indicação de Marluce, que é sua tia. Para emplacar a irmã de seu pai na Corte, ele prometeu a Lula deixar o PL de Jair Bolsonaro e migrar para um partido de centro mais alinhado ao governo, como o PSB.
O prefeito também prometeu a Lira atuar como “instrumento facilitador” para viabilizar a candidatura do deputado do PP ao Senado nas eleições de 2026. Para isso, JHC admitiu até mesmo abrir mão de ser candidato a senador.
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Lira, como noticiou a coluna, chegou a pedir que Lula segurasse a indicação de Marluce até que ele resolvesse seu futuro político em Alagoas. Para isso, usou o projeto do governo que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR).
Após o acerto com JHC, Lira fez o projeto avançar na Câmara, onde é relator da proposta. Na tarde da quinta-feira, o deputado alagoano apresentou seu parecer sobre a matéria, no qual manteve vários trechos propostos pelo governo.
Segundo os envolvidos no acordo, o acerto entre Lira e JHC para a indicação de Marluce teve a participação direta da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). A petista, inclusive acompanhou a reunião no Alvorada.
O encontro, de acordo com relatos, teve um clima amistoso, apesar da rivalidade política entre os presentes. Em sua fala na reunião, Lira fez questão de dizer a Lula que tinha apresentado o relatório do projeto do IR na Câmara.