MAIS

    Mesmo com quase 150 mortes, Netanyahu diz que “não há fome em Gaza”

    Por

    O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (28/7) que “não há fome” na Faixa de Gaza e que não existe qualquer política de fome. A declaração foi feita em meio ao aumento no número de mortes de palestinos por desnutrição.

    “Não Há fome em Gaza, não existe uma política de fome em Gaza, e eu lhes asseguro que temos o compromisso de alcançar nossos objetivos de guerra”, alertou Netanyahu nas redes sociais.

    A Faixa de Gaza é palco de conflitos entre Israel e o Hamas, e diversos palestinos enfrentam a escassez de alimentos, segundo denúncias de agências das Nações Unidas (ONU).

    Em meio ao aumento de mortes anunciadas pelo governo palestino, o exército israelense informou, no domingo (27/7), uma “pausa tática” diária de 10 horas para permitir a distribuição de ajuda humanitária, “todos os dias até novo aviso”.

    Fome em Gaza

    • Notícias sobre a fome em Gaza têm aumentando nos últimos dias, elevando a pressão internacional para que se libere ajuda humanitária para a região.
    • O Ministério da Saúde da Palestina afirma que mais de 100 palestinos morreram de fome desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023.
    • A desnutrição atingiu níveis alarmantes na Faixa de Gaza. A Agência das Nações Unidas (ONU) alerta que a entrada de ajuda humanitária no território segue extremamente limitada.

    Ainda segundo Netanyahu, o exército israelense continuará lutando até alcançar a “libertação dos reféns e a destruição das capacidades militares e de governo do Hamas”.

    “Eles [Hamas] não existirão mais”, afirmou Netanyahu.

    O Ministério da Saúde da Palestina afirmou, nesta segunda, que foram registradas 14 novas mortes nas últimas 24 horas devido à fome e à desnutrição. Com isso, o número total de mortes causadas pela fome chegou a 147, entre elas 88 crianças.

    3 imagensCIDADE DE GAZA, GAZA – 24 DE JULHO:
Uma organização de caridade distribuiu alimentos para palestinos que enfrentam sérias dificuldades no acesso a necessidades básicas devido ao bloqueio e às operações militares contínuas de Israel na Faixa de Gaza, em 24 de julho de 2025.KHAN YUNIS, GAZA – 24 DE JULHO:
Palestinos enfrentando a fome se aglomeram enquanto uma organização de caridade distribui alimentos na área de Al-Mawasi, em Khan Yunis, Gaza, em meio às restrições israelenses contínuas que bloqueiam a chegada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, em 24 de julho de 2025.Fechar modal.1 de 3

    CIDADE DE GAZA, GAZA – 21 DE JULHO:
    Muhammad Zakariya Ayyoub al-Matouq, uma criança de 1 ano e meio na Cidade de Gaza, enfrenta desnutrição grave e potencialmente fatal, à medida que a situação humanitária se agrava devido aos ataques israelenses contínuos e ao bloqueio, em 21 de julho de 2025.

    Ahmed Jihad Ibrahim Al-arini/Anadolu via Getty Images2 de 3

    CIDADE DE GAZA, GAZA – 24 DE JULHO:
    Uma organização de caridade distribuiu alimentos para palestinos que enfrentam sérias dificuldades no acesso a necessidades básicas devido ao bloqueio e às operações militares contínuas de Israel na Faixa de Gaza, em 24 de julho de 2025.

    Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images3 de 3

    KHAN YUNIS, GAZA – 24 DE JULHO:
    Palestinos enfrentando a fome se aglomeram enquanto uma organização de caridade distribui alimentos na área de Al-Mawasi, em Khan Yunis, Gaza, em meio às restrições israelenses contínuas que bloqueiam a chegada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, em 24 de julho de 2025.

    Hani Alshaer/Anadolu via Getty Images

    Pausa militar

    Segundo comunicado dos militares israelenses, a “pausa na atividade militar para fins humanitários” entra em vigor neste domingo, sempre entre 10h e 20h (horário local).

    Os militares acrescentaram que “rotas seguras” serão estabelecidas entre 6h e 23h para permitir o trânsito de comboios da ONU e organizações humanitárias que distribuem alimentos e medicamentos à população de Gaza. “Esta decisão foi coordenada com a ONU e outras organizações internacionais após discussões sobre o assunto”, acrescentou o comunicado.

    Ainda de acordo com os militares israelenses, a pausa será implementada em áreas onde atualmente não há presença ativa: Cidade de Gaza (ao norte do enclave), Deir al-Balah (no centro) e Al Mawasi (ao sul).