Diante da ameaça de reintrodução do sarampo no estado, o Ministério da Saúde decidiu enviar, na próxima semana, uma equipe técnica ao Acre para reforçar ações de imunização e monitorar de perto os indicadores vacinais. A preocupação principal é a baixa cobertura da segunda dose da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
Embora o estado tenha alcançado 96,67% de cobertura na aplicação da primeira dose em crianças, apenas 70,32% retornaram para a segunda etapa — bem abaixo dos 95% recomendados para garantir proteção coletiva. A situação se torna ainda mais delicada com os registros recentes da doença em países vizinhos, como Bolívia e Peru.
Segundo Renata Quiles, coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a presença da equipe do Ministério reforça a urgência da situação. “Com o cenário de casos de sarampo na Bolívia e agora iniciando no Peru, estaríamos em situação de conforto se nossas coberturas vacinais estivessem adequadas. Nos anos de 2024 e 2025, entre crianças menores de 2 anos, a cobertura da primeira dose está satisfatória, mas a segunda dose segue abaixo da meta de 95%. Além disso, há muitos adultos jovens que não sabem se estão vacinados. O sarampo é uma doença perigosa, altamente transmissível, principalmente em crianças, e só existem duas formas de prevenção: pegando a doença, que pode deixar sequelas graves ou levar ao óbito, ou se vacinando, que é o meio mais seguro e eficaz”, explica.
O foco inicial da força-tarefa está nos municípios de fronteira, onde o risco de circulação viral é maior. A vacinação continua disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde, e a recomendação é que pais, responsáveis e também adultos jovens verifiquem se estão com o esquema vacinal completo