Um homem investigado por importar peças de fuzil para facções que dominam as comunidades do Rio de Janeiro (RJ) foi preso pela Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Receita Federal, nessa terça-feira (22/7).
Ele foi preso em flagrante em Bonsucesso (RJ) por importação ilegal de acessórios de fuzil. A ação ocorreu após o homem retirar as encomendas recebidas via postal, contendo três remessas chinesas de material bélico controlado.
Leia também
-
Indiciado por 7 crimes: em até quantos anos Oruam pode ser condenado?
-
“Vou me entregar”: Oruam se desculpa e diz que vai à polícia. Vídeo
-
Justiça manda prender Oruam por ligação com o Comando Vermelho
-
Oruam é indiciado por ligação com a facção criminosa Comando Vermelho
Com ele, foram apreendidos quatro quebra-chamas, duas lunetas e duas miras laser. Os acessórios seriam utilizados pelo crime organizado que atua em comunidades da região.
Diante dos fatos, o indivíduo foi conduzido à Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro e, após a formalização da prisão em flagrante, foi encaminhado ao sistema prisional do estado, onde permanece à disposição da Justiça.
Fuzis dominam a comunidade
Em entrevista especial dada à coluna recentemente, o secretário da Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, revelou que modelos de armas de guerra como AR-15, AK-47 e fuzis calibre .50 estão amplamente distribuídos nas mãos de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), transformando comunidades em campos de batalha e impondo um regime de medo aos moradores.
Ele destacou a gravidade da situação e defendeu mudanças urgentes na legislação para combater o arsenal bélico que alimenta a violência urbana. “O problema do Rio de Janeiro hoje é o fuzil”, afirmou Curi. Para ele, o porte dessas armas vai além do poder de fogo: garante às facções a dominação territorial, a imposição da lei do silêncio e o controle econômico por meio de taxas e atividades ilícitas.
Os números confirmam o alerta. Em 2024, o Rio de Janeiro registrou 732 fuzis apreendidos, o maior número da série histórica, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). Esse volume representa mais que o dobro das apreensões de 2020. Apenas nos primeiros meses de 2025, já foram apreendidos 26% do total registrado no ano anterior, indicando uma tendência de crescimento contínuo.