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    Moraes: Bolsonaro confessou extorsão ao condicionar tarifa à anistia

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    A Polícia Federal (PF) afirmou, em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (18/7), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em entrevista coletiva, confessou sua atuação criminosa ao tentar “extorquir” a Justiça brasileira, ao condicionar o fim da taxação ou sanção imposta ao país, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à concessão de anistia para si próprio.

    Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (17/7), Bolsonaro se disse disposto a negociar o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros — medida que, segundo a decisão, estaria condicionada à concessão de anistia ao ex-presidente.

    No domingo (13/7), o ex-presidente já havia declarado que não se alegra com as tarifas sobre as exportações brasileiras e sugeriu que uma anistia poderia trazer “paz para a economia”.

    Operação

    • A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta sexta, dois mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e no escritório dele, ambos em Brasília (DF).
    • A operação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é acusado de participar da tentativa de golpe de Estado.
    • Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica. O ex-presidente também não poderá usar redes sociais, comunicar-se com embaixadores e diplomatas estrangeiros e nem pode se aproximar de embaixadas.

    Segundo a decisão, Bolsonaro “em entrevista coletiva, sem qualquer respeito à Soberania Nacional do Povo brasileiro, à Constituição Federal e à independência do Poder Judiciário, expressamente, confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira, condicionando o fim da ‘taxação/sanção’ à sua própria anistia”.

    Bolsonaro é réu em um processo sobre tentativa de golpe de Estado, que tem o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, como relator.

    5 imagensComboio que trouxe o ex-presidente Jair Bolsonaro ao Centro integrado de monitoração Eletrônica (CIME), para colocar a tornozeleira eletrônicaBolsonaro chegando ao Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME)Jair Bolsonaro responde jornalistas ao deixar o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME)Jair Bolsonaro fala com a imprensa ao deixar o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME)Fechar modal.1 de 5

    Fachada do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME)

    VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto2 de 5

    Comboio que trouxe o ex-presidente Jair Bolsonaro ao Centro integrado de monitoração Eletrônica (CIME), para colocar a tornozeleira eletrônica

    Samuel Reis3 de 5

    Bolsonaro chegando ao Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME)

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    Jair Bolsonaro responde jornalistas ao deixar o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME)

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    Jair Bolsonaro fala com a imprensa ao deixar o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME)

    VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

    O documento ainda aponta que o ex-presidente caracteriza nos crimes de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

    Agentes da Polícia Federal apreenderam uma grande quantidade de dólares na casa do ex-presidente, no Jardim Botânico, região administrativa do Distrito Federal, próximo a capital Brasília.