Senador e ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos-RS) defendeu Jair Bolsonaro após o pedido de prisão apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito do inquérito sobre o plano de golpe de Estado supostamente arquitetado em 2022.
Mourão havia criticado, na terça-feira (15/7), a tentativa de interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na situação de Bolsonaro no Brasil.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi acusado pela PGR de liderar organização que planejou golpe de Estado em 2022
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES
Donald Trump planeja sanções a autoridades brasileiras
Kevin Dietsch/Getty Images
Hamilton Mourão criticou Donald Trump por tentar “meter o bedelho” em caso de Bolsonaro
Agência Senado
“A manifestação do PGR, pedindo a condenação de Jair Bolsonaro e assessores, já era esperada em um processo claramente político e com a única finalidade de tirar o ex-presidente do contexto político nacional”, escreveu o senador em suas redes sociais.
“Além disso, sem nenhuma evidência prática, simplesmente ‘jogam no pacote’ velhos e conceituados chefes militares, que já se encontravam na reserva e não tinham nenhum poder sobre os militares da ativa”, afirmou Mourão.
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Durante reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado que debateu a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelos EUA, o ex-vice-presidente brasileiro disse não aceitar que Trump “metesse o bedelho” num assunto que classificou como “interno”.
“Da mesma forma que eu não aceito que o Macron [Emmanuel, presidente da França], que a Greta Thunberg [ambientalista sueca], que o Leonardo DiCaprio [ator] e outros venham meter a mão em coisas aqui do Brasil, eu também não aceito que o Trump venha meter o bedelho num caso aqui que é interno nosso”, reclamou Mourão.
“Há uma injustiça sendo praticada contra o presidente Bolsonaro, há uma injustiça sendo praticada, mas compete a nós, brasileiros, resolvermos isso. Então, essa última mensagem que eu quero deixar”, complementou o ex-vice-presidente.
Pedido de prisão
O pedido de prisão de Bolsonaro foi apresentado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira (14/7). Gonet acusa Bolsonaro de ser o “líder da organização criminosa” que articulu um golpe de Estado em 2022.
O procurador-geral pediu a condenação de Bolsonaro pelos crimes de liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo à vítima e deterioração de patrimônio tombado.