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    Movimentos populares lançam carta e plebiscito por justiça tributária

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    Organizações sociais, movimentos populares, entidades estudantis e da sociedade civil lançaram uma carta defendendo, entre outros pontos, maior justiça tributária no país, com maior taxação dos super-ricos, fim dos supersalários no Judiciário e revisão das renúncias fiscais. Assinado por mais de 70 entidades, o documento defende a isenção do imposto de renda de quem ganha até R$ 5 mil por mês com a cobrança de mais impostos de quem ganham mensalmente mais de R$50 mil. Um plebiscito popular sobre o tema também foi lançado.

    Na avaliação das organizações, há uma ofensiva dos setores mais privilegiados da sociedade para obrigar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fazer cortes no orçamento de áreas sociais e reformas que retiram recursos da área da saúde, educação e da previdência.

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    “Querem obstruir medidas apresentadas pelo governo para tributar especuladores do mercado financeiro, que são privilegiados pelo nosso sistema de impostos que penaliza quem vive de salários e protege quem tem renda de mais de R$ 1 milhão por mês. Além disso, bloqueiam medidas para enfrentar os supersalários de juízes e desembargadores e a aposentadoria dos militares”, diz a carta.

    Assinado, entre outros, pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Movimento Negro Unificado (MNU), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) o texto também denuncia que o Congresso Nacional age como “guardião dos privilégios”, das elites econômicas e políticas.

    O documento aponta ações do parlamento para bloquear as tentativas de “construir um sistema tributário mais progressivo e de acabar com privilégios para distribuir melhor a riqueza e reduzir as desigualdades históricas que marcam o Brasil”.

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    São Paulo (SP), 03/07/2025 - A Frente Povo Sem Medo ocuparam hoje a sede do Itaú na Faria Lima.
Foto: Frente Povo Sem Medo

    A Frente Povo Sem Medo protestou nesta quinta-feira na sede do Itaú, em São Paulo. Frente Povo Sem Medo

    Na carta, as organizações populares, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a União Brasileira de Mulheres (BM), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Central dos Movimentos Populares (CMP), pedem que o Congresso Nacional aprove medidas como tributação dos super-ricos, de transações financeiras, fundos de especulação e das empresas exportadoras, aumentando a taxação sobre altas rendas, capital e lucros.

    A necessidade de revisão das renúncias fiscais dadas a diversos setores da economia é outro ponto apontado na carta. O documento afirma que as renúncias correspondem a 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

    Também é preciso, argumentam os movimentos signatários, restringir os gastos com emendas parlamentares, que estão na faixa de R$ 50 bilhões por ano. Além disso, é necessário defender recursos para a seguridade social, posicionam-se, rechaçando uma possível nova reforma da previdência e a desvinculação das aposentadorias do salário-mínimo. Outro ponto defendido é a manutenção dos pisos constitucionais da saúde e da educação.

    A preservação das áreas sociais e as políticas públicas para moradia, reforma agrária, direitos das mulheres, igualdade racial e direitos humanos e a proteção dos serviços públicos e o atendimento aos cidadãos também são apontadas como importantes. As entidades rejeitam propostas de reforma administrativa que prejudiquem a população.

    “É hora de pressionar o Congresso e exigir que o Orçamento Público sirva à maioria, não aos interesses de uma minoria privilegiada”, finaliza o documento.

    Plebiscito

    A proposta de escuta popular, batizada como “Plebiscito Popular Por um Brasil mais Justo”, vai perguntar a opinião da população sobre a isenção do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil, a taxação de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, e sobre o fim da escala 6×1. O plebiscito para ouvir a população vai até sete de setembro.

    Uma cartilha foi lançada detalhando os eixos principais da mobilização, dos temas que serão votados e orientações para a realização da votação.

     


    Rio de Janeiro (RJ), 01/05/2025 – Ato do Dia do Trabalhador pede o fim da escala 6x1 e melhores condições de trabalho e renda, na Cinelândia, no centro da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

    Ato do Dia do Trabalhador pede o fim da escala 6×1 e melhores condições de trabalho e renda, na Cinelândia, no centro da capital fluminense. Tomaz Silva/Agência Brasil

    Assinam a carta

    • Frente Brasil Popular
    • Frente Povo Sem Medo
    • ADUFMS – Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
    • ADUFSJ – Associação dos Docentes da Universidade Federal de São João del-Rei
    • APUBH/UFMG – Sindicato dos Professores da Universidade Federal de Minas Gerais
    • Associação de Apoio aos Direitos Humanos do Alto Tietê
    • Associação Mulheres Evangélicas pela Igualdade de Gênero
    • Casa Laudelina de Campos Mello – Organização da Mulher Negra / Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras
    • Casa Marielle Franco Brasil
    • CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço
    • CFEMEA – Centro Feminista de Estudos e Assessoria
    • Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores/as da Região Metropolitana de Fortaleza
    • Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos
    • CMP – Central dos Movimentos Populares
    • CMP-MS – Central dos Movimentos Populares de Mato Grosso do Sul
    • CONAM – Confederação Nacional das Associações de Moradores
    • DCE-UNIMONTES – Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Montes Claros
    • DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
    • Diretório Acadêmico de Geografia da Universidade Federal de Alagoas
    • Evangélicos pela Justiça
    • FECOSUL- Federação dos Comerciários do Sul
    • FMPE – Fórum de Mulheres de Pernambuco
    • FMM – Fórum Maringaense de Mulheres
    • FNRU – Fórum Nacional de Reforma Urbana
    • Fórum Alagoano de Economia Solidária
    • Fórum da Amazônia Oriental
    • IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
    • IJF – Instituto Justiça Fiscal
    • INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos
    • Instituto Alziras
    • Instituto Soma Brasil
    • Instituto Vidas Amazônicas – Gênero, Democracia e Justiça Socioambiental
    • Iser Assessoria
    • Jubileu Sul Brasil
    • KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço
    • LabdadosBrasil
    • Levante Popular da Juventude
    • Marcha Mundial das Mulheres
    • MNCP-PE – Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas – Pernambuco
    • MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos
    • MNU – Movimento Negro Unificado
    • Movimento Brasil Popular
    • Movimento Vaitegorda
    • MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
    • MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
    • N’ZINGA – Coletivo de Mulheres Negras de Minas Gerais
    • ONG Taramela ATAC
    • OXFAM – Oxfam Brasil
    • Panela de Expressão – Etnogastronomia, Gênero e Comunicação
    • Partido Comunista Brasileiro – Célula de Maringá/PR
    • Pastoral da Juventude Rural
    • Pastoral dos Grupos de Família
    • Plataforma dos Movimentos Sociais por Outro Sistema Político
    • Processo de Articulação e Diálogo entre Agências Ecumênicas Europeias e Parceiros Brasileiros
    • PSOL – Partido Socialismo e Liberdade
    • PSOL-AL – PSOL Alagoas
    • PSOL – PSOL Maringá/PR
    • PÚBLICA – Central do Servidor
    • Rede Brasil Afroempreendedor
    • Rede da Agricultura Familiar
    • Rede de Desenvolvimento Humano
    • Rede Feminista de Saúde
    • Rede Quilombação
    • REDE SAPATÀ – Rede Nacional da Promoção e Controle Social da Saúde, Cultura e Direitos LGBTs
    • Negras
    • Resistência PSOL
    • Resistência/PSOL – Rio das Ostras/RJ
    • SASEAL – Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado de Alagoas
    • SEB – Sindicato dos Engenheiros da Bahia
    • Sempreviva Organização Feminista
    • SINDAEN – Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento
    • SINSEP/MS – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal de Mato Grosso do Sul
    • SOS CORPO – Instituto Feminista para a Democracia
    • Terra de Direitos
    • UBM – União Brasileira de Mulheres
    • UNE – União Nacional dos Estudantes
    • GRUPO CURUMIM
    • Coletivo Popular Direito à Cidade – Porto Velho – Rondônia
    • Sintracoop Maringá