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    “Neguinho ladrão”: com 401 casos, injúria racial cresce 8,4% no DF

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    O número de casos de injúria racial aumentou 8,4% aqui no Distrito Federal. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), foram registrados 401 casos nos primeiros seis meses deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 370 ocorrências.

    Mas, afinal, o que é injúria racial?

    É quando alguém ofende a honra de outra pessoa usando questões relacionadas à raça, cor, etnia, religião ou origem. Antes, esses casos não tinham a mesma gravidade legal, mas com a mudança na Lei nº 7.716/89, essa forma de violência passou a ser tratada como crime de racismo — uma conquista importante, ainda que infelizmente necessária.

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    No DF, alguns casos que chegaram à polícia chocaram a sociedade pelo teor das ofensas. Palavras como “cabelo de bucha”, “negrinhos da África”, “bom aluno, apesar de preto” e “neguinho ladrão” mostram o quanto o preconceito ainda está presente, em pleno século XXI.

    Relembre alguns casos

    Vidas marcadas pela dor e pelo preconceito

    Esses números não são apenas estatísticas, são histórias de vidas marcadas pela dor e pelo preconceito. No ano passado, a SSP-DF registrou 706 ocorrências de injúria racial, com a maioria concentrada em 10 regiões administrativas do DF:

    • Brasília: 107
    • Ceilândia: 79
    • Taguatinga: 55
    • Samambaia: 47
    • Planaltina: 42
    • Gama: 37
    • Guará: 34
    • Recanto das Emas: 30
    • São Sebastião: 28
    • Santa Maria: 26

    De acordo com a SSP-DF, em 2024, os locais onde mais ocorreram injúrias raciais foram residências, com 15,6%; vias públicas, com 13,3%; e escolas, com 10,9%. Nos estabelecimentos comerciais, a maior incidência aconteceu em bares, com 17%, e em shoppings, lojas e supermercados, com 16%.

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