Na noite desta segunda-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes deu 24 horas para o ex-presidente Jair Bolsonaro esclarecer sua fala ao público presente na Câmara dos Deputados, quando mostrou sua tornozeleira eletrônica – ato que ele, dias antes, disse ser de “Suprema humilhação” – em sua visita a parlamentares aliados.
Durante a exibição da tornozeleira, já em direção à saída da Casa, Bolsonaro soltou um discurso diante da imprensa que, segundo o magistrado, era material para ser distribuído nas redes sociais.
Isso aconteceu após o ex-presidente cancelar entrevista ao Metrópoles, alegando temor em ser preso por dar entrevista.
A polêmica do momento gira em torno de entrevistas. Nos dias atuais, a divulgação de cortes e demais formatos é realizada em diversas plataformas digitais – porém, de início, não ficou claro o impedimento em questão. Foi o que alegou a defesa de Bolsonaro.
Bolsonaro, sua defesa, aliados e o Brasil, estão em clima de suspense, independente de ser eleitor dele ou não. Para uns, um erro de Bolsonaro e de Moraes. Para outros, uma tentativa de burlar a medida do STF e tem que ser realizada a prisão.
O programa do Noblat conversou o professor de Direito Constitucional da UFF, Gustavo Sampaio, que também acredita que Moraes poderia ter, sim, sido mais claro. E teria evitado viver o dilema em que está agora.
Para Sampaio haverá cálculo político dos dois lados:
“A prisão preventiva, de certo modo, pode fazer uma insuflação do eleitorado de Bolsonaro. Pode gerar uma reação indesejável. Então eu acho que o STF fará aquela análise consequencialista: Moraes vai olhar pela janela da Corte, olhar para a praça pública, e medir os efeitos que essa decisão judicial poderá tomar a opinião pública”
O professor conclui, nesse contexto, que bom mesmo será se esses embargos forem providos e que o ministro esclareça quais são os reais limites e possibilidades de Bolsonaro no âmbito, mas não somente, das redes sociais.
E a pergunta que não quer calar: o que fará Alexandre de Moraes diante do dilema que se apresenta?