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    O novo argumento de Eduardo Bolsonaro para inflar sanções a Moraes

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    Nos Estados Unidos desde fevereiro, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro utiliza um novo argumento para incentivar as sanções do governo norte-americano ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Durante sua participação na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), realizada em Miami no final de semana, o parlamentar afirmou que, para Moraes, suas reuniões “com a Casa Branca e com o Congresso norte-americano são reuniões com organizações criminosas”.

    “Quando eles perceberam que o trabalho que eu estou fazendo aqui pode ser muito efetivo, abriram uma investigação contra mim, me acusando de crime contra o Estado Democrático de Direito, que pode me levar a 12 anos de cadeia. Ou seja, reuniões na Casa Branca, reuniões no Congresso dos Estados Unidos são consideradas reuniões com organizações criminosas. Então, com certeza este não é um país onde há tranquilidade para voltar e continuar sendo um deputado normal”, disse Eduardo Bolsonaro.

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    Alexandre de Moraes em sessão no STF

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    Marco Rubio já anunciou restrições à emissão de vistos a autoridades

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    Eduardo Bolsonaro Moraes usou novo argumento para reforçar pedido de sanção a Moraes

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    Em entrevista concedida em espanhol durante o evento, o deputado licenciado falou sobre a possibilidade de apreensão de seu passaporte.

    “Estou aqui por conta deste mesmo juiz, Alexandre de Moraes, que colocou até mesmo Elon Musk sob investigação no Brasil, que expulsou o X do Brasil, que está fazendo muitas outras coisas. Ele começou a falar sobre a possibilidade de apreender meu passaporte, em um momento em que eu estava aqui nos Estados Unidos. Então, o que fiz foi esperar um pouco para ver como as coisas aconteceriam no Brasil. E, com certeza, havia risco de voltar e ter o passaporte apreendido ou ser preso”, disse.

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    Eduardo Bolsonaro confirmou ainda que o CPAC Brasil deverá acontecer este ano, em agosto. Em 2024, o evento foi realizado em julho, em Balneário Camboriú (SC). “Estamos prestes a definir uma data. Vamos ver como as coisas vão acontecer. Tem muita coisa acontecendo neste momento no Brasil, mas temos a intenção de realizar o CPAC Brasil até o final do ano”, afirmou.

    Sanções

    Nos EUA, Alexandre de Moraes tem sido acusado de promover censura por meio de suas ordens judiciais. Segundo parlamentares americanos, essas ordens atingem empresas localizadas nos EUA e cidadãos que estão no país. No final de maio, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou uma série de novas restrições de vistos a “autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos”.

    “Por muito tempo, americanos foram multados, assediados e até mesmo acusados por autoridades estrangeiras por exercerem seus direitos de liberdade de expressão. Hoje, anuncio uma nova política de restrição de vistos que se aplicará a autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos”, escreveu Rubio.

    De acordo com o secretário de Estado, “estrangeiros que trabalham para minar os direitos dos americanos não devem ter o privilégio de viajar para o nosso país”. “Seja na América Latina, na Europa ou em qualquer outro lugar, os dias de tratamento passivo para aqueles que trabalham para minar os direitos dos americanos acabaram”, alertou.