Muitas pessoas enxergam os analgésicos como grandes aliados do dia a dia. As queixas mais comuns que levam à ingestão desses remédios são dores de cabeça, nas costas, musculares ou articulares, além de cólicas menstruais e até febre. Embora sejam usados para aliviar o desconforto, é importante ressaltar que esses fármacos não tratam a causa do incômodo, mas, na verdade, ajudam o corpo a “desligar o alarme”, conforme explica a médica Paula Pires.
De acordo com a endocrinologista e metabologista, os analgésicos costumam ser indicados para dores agudas (como dor de cabeça), cólicas, dores musculares ou em situações pós-operatórias, por exemplo. Os mais comuns, segundo ela, são o paracetamol e a dipirona, que funcionam bem em casos leves a moderados.
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No entanto, apesar de parecerem “banais”, esses medicamentos, se usados frequentemente, e, principalmente, sem orientação médica, podem trazer riscos à saúde. Paula destaca que os analgésicos podem sobrecarregar o fígado, rins, estômago e até afetar a pressão arterial.
“O problema é que, quando a dor vira rotina e o remédio também, a gente pode estar mascarando algo mais sério que precisa ser investigado”, alerta.
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Afinal, há problema em ingerir analgésico todos os dias?
Na concepção da médica, sim, ingerir esses fármacos diariamente, sem entender o que está por trás da dor em questão, é um risco. “O corpo pode desenvolver tolerância, o remédio deixa de fazer efeito, e você pode acabar precisando de doses maiores”, argumenta. “Além disso, o uso contínuo pode danificar fígado e rins, especialmente em pessoas que já têm alguma predisposição”, reitera.
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O que acontece com o corpo de uma pessoa que toma analgésico todos os dias
Paula Pires afirma que, com o tempo, o uso contínuo desses medicamentos pode causar efeitos colaterais sérios, como lesão hepática, insuficiência renal, sangramento gástrico (em alguns tipos de analgésicos) e até um fenômeno chamado “cefaleia por uso excessivo de medicação”, que é quando o remédio passa a causar dor de cabeça, em vez de tratar.
“Além disso, a dor pode virar algo crônico por não estar sendo tratada na raiz”, acrescenta.
Portanto, ao sentir dores frequentes, o primeiro passo é procurar ajuda de um profissional de saúde. Paula orienta que, em casos de dores musculares e articulares, o ortopedista ou o reumatologista costumam ser os médicos mais indicados.
Ingerir analgésicos diariamente, sem entender o que está por trás da dor em questão, é um risco
Já para dores de cabeça recorrentes, ela sugere consultar um neurologista. Por fim, em casos de dor crônica ou dor sem causa aparente, o clínico geral ou o médico da dor (especialista em medicina da dor) podem ajudar a investigar melhor.
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