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    O que o hábito de usar sempre a mesma xícara revela, segundo psicóloga

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    Usar sempre a mesma xícara não é um gesto banal — é, muitas vezes, uma forma silenciosa de preservar a própria identidade. Segundo Leninha Wagner, PhD em neurociências e doutora em psicologia, esse hábito revela mais do que preferência: pode expressar vínculos profundos com aquilo que somos ou desejamos conservar em nós.

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    “Essa escolha repetitiva vai além de uma xícara: é sobre vínculo, identidade e significado”, afirma a especialista. Para ela, insistir sempre no mesmo objeto pode ser um modo de se ancorar no presente e resistir às mudanças constantes do mundo ao redor. “Porque, no fundo, ninguém escolhe uma xícara por acaso. Escolhe-se o que representa o que somos — ou o que queremos preservar de nós mesmos.”

    Na perspectiva da psicanálise, o uso contínuo da mesma caneca está ligado a processos inconscientes, como fixação, repetição e a necessidade de segurança psíquica. Trata-se de uma maneira de preservar parte de si mesmo. “Repetir é uma forma de manter vivo um traço, uma memória, um sentimento”, explica.

    Foto colorida - Xícara de caféSegundo a psicóloga, essa escolha repetitiva vai além de uma xícara: é sobre vínculo, identidade e significado

    De acordo com Leninha, a função simbólica da xícara também varia de acordo com a personalidade de quem a usa:

    • Para os ansiosos, ela representa controle.
    • Para os nostálgicos, é uma ponte com a memória afetiva.
    • Para os obsessivos, funciona como um ritual, uma busca por simetria.
    • Para os sensíveis, oferece acolhimento.
    • E para os resilientes, simboliza permanência.

    Como resume a especialista, “é como se, ao escolher sempre o mesmo objeto, o sujeito dissesse silenciosamente: ‘Que tudo mude, menos isso. Isso sou eu.’”