O ativista palestino Odeh Hadalin morreu, nesta segunda-feira (28/7), assassinado a tiros por um colono israelense na Cisjordânia. Odeh participou do documentário Sem Chão, vencedor do Oscar. Foi o diretor do longa-metragem, Yuval Abraham, que anunciou a morte do ativista no X.
“Um colono israelense acaba de atirar nos pulmões de Odeh Hadalin, um ativista notável que nos ajudou a filmar Sem Chão em Masafer Yatta. Os moradores identificaram Yinon Levi, sancionado pela União Europeia e pelos EUA, como o atirador. Este é ele no vídeo atirando como um louco”, disse Abraham na rede social X.
Pouco tempo depois, o cineasta confirmou a morte de Hadalin. “Odeh acabou de morrer. Assassinado”, escreveu.
Leia também
-
Diretor israelense vencedor do Oscar critica “genocídio palestino”
-
Oscar pede desculpas após ignorar cineasta palestino sequestrado
-
Gaza: fome mata mais 9 palestinos e total de vítimas chega a 122
-
Quase 30 palestinos morrem em ataques israelenses na Faixa de Gaza
Quem era Odeh Hadalin
Segundo o deputado israelense Ofer Cassif, opositor do premiê Benjamin Netanyahu, Odeh Hadalin era pai de três filhos, professor e um conhecido ativista na vila de Umm al-Kheir, perto de Hebron.
Hoje existem mais de 140 assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, que abrigam 450 mil israelenses.
Mesmo que a Cisjordânia seja considerada um território palestino, Israel detém o controle militar, ou seja, palestinos que habitam a região estão sujeitos à lei militar israelense.
Ataque a palestidos envolvidos no documentário
Odeh não é o primeiro palestino envolvidos no documentário que foi vítimas da violência de colonos. Em março, o codiretor da produção Hamdan Ballal foi linchado por colonos israelenses e detido por militares das Forças de Defesa de Israel que atuam na Cisjordânia.
Yuval Abraham, à época, disse que Ballal tinha ferimentos na cabeça e na barriga e que estava sangrando quando foi colocado em uma ambulância por militares israelenses, que o levaram para um local desconhecido.
“Colonos invadiram casas, atiraram pedras, quebraram janelas e veículos e agrediram violentamente moradores e ativistas solidários. Várias pessoas ficaram feridas”, relatou o ativista palestino Ihab Hassan, no X.
Depois do ataque, Ballal foi algemado e vendado a noite toda em uma base do Exército, enquanto dois soldados o espancavam no chão, disse sua advogada, Leah Tsemel. Ele foi liberado no dia seguinte.
Na época, o prefeito de Susiya, cidade na Cisjordânia, relatou que a agressão contra o cineasta começou após colonos judeus tentarem roubar ovelhas de casas palestinas.