O papa Leão XIV pediu, nesse domingo (20/7), o fim da “barbárie da guerra” e defendeu uma solução pacífica para o Oriente Médio, após o ataque israelense à Paróquia da Sagrada Família, na Faixa de Gaza. Após a declaração, autoridades de Gaza informaram que 93 palestinos que buscavam ajuda foram mortos.
Um ataque de Israel atingiu a única igreja católica da Faixa de Gaza, na última quinta-feira (27/7). Ao todo, três pessoas morreram e outras 10 ficaram feridas, entre elas o padre Gabriele Romanelli.
“Exijo o fim imediato da barbárie da guerra e uma resolução pacífica do conflito”, declarou o pontífice ao final da oração do Angelus desse domingo.
Ataque
- Um ataque de Israel atingiu a única igreja católica da Faixa de Gaza. Ao todo, três pessoas morreram e outras 10 ficaram feridas, entre elas o padre Gabriele Romanelli.
- A igreja Sagrada Família era usada como abrigo por pessoas que tiveram suas casas destruídas na guerra, iniciada em 7 de outubro de 2023. As vítimas foram levadas para o Hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza.
- Por meio da conta oficial no X, o Ministérios das Relações Exteriores de Israel disse que as circunstâncias do ataque ainda não estão claras e que as Forças de Defesa de Israel (FDI) vão investigar o ocorrido. “Israel nunca ataca igrejas ou templos religiosos e lamenta qualquer dano causado a um local religioso ou a civis não envolvidos.”
- O papa Leão XIV lamentou com “profunda tristeza” o ataque.
De acordo com o Vaticano, o papa lançou um forte apelo pela paz e expressou seu pesar pelas vítimas do ataque israelense, que matou três cristãos: Saad Issa Kostandi Salameh, Foumia Issa Latif Ayyad e Najwa Ibrahim Latif Abu Daoud.
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Ao todo, 10 pessoas ficaram feridas, entre elas o padre Gabriele Romanelli. Ele costumava atualizar regularmente o papa Francisco sobre o conflito israelense-palestino
Reprodução/Vatican News2 de 2
Uma vista da histórica Igreja Ortodoxa Grega de São Porfírio danificada, onde civis se abrigaram, após o ataque aéreo israelense na cidade de Gaza, Gaza
Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
“Sou particularmente próximo de suas famílias e de todos os paroquianos. Este ato, infelizmente, se soma aos ataques militares em andamento contra a população civil e os locais de culto em Gaza”, conta o pontífice.
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O papa também pediu à comunidade internacional “para que observe o direito humanitário e respeite a obrigação de proteger os civis, bem como a proibição do castigo coletivo, do uso indiscriminado da força e do deslocamento forçado de populações.”
“Aos nossos amados cristãos do Oriente Médio, digo: compreendo a sua sensação de pouco poder fazer diante desta situação dramática. Vocês estão no coração do papa e de toda a Igreja. Obrigado pelo seu testemunho de fé”, completou o pontífice.
O papa Leão XIV retornará ao Vaticano em poucos dias, segundo o próprio Vaticano, após passar duas semanas em Castel Gandolfo.
Mortes em Gaza
No mesmo dia da declaração do papa, a agência de defesa civil local afirmou que forças israelenses abriram fogo contra palestinos que buscavam ajuda humanitária, matando 93 pessoas e ferindo dezenas, segundo a imprensa internacional.
Esse foi um dos maiores números de mortes registrados entre os solicitantes de ajuda. Em Rafah, nove pessoas foram mortas a tiros perto de um posto de assistência.