Embora a avaliação geral do documento tenha sido ruim, ministros de Lula “celebraram” ao menos um trecho da carta em que Donald Trump anunciou o tarifaço a produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Nos bastidores, auxiliares de Lula fizeram questão de destacar o último parágrafo do texto, no qual Trump deixa aberta a possibilidade de negociar com o Brasil e recuar da tarifa anunciada.
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Presidente dos EUA, Donald Trump
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O presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump
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O presidente Donald Trump com Jair Bolsonaro
Alan Santos/PR
“Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, até agora fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do relacionamento com seu país. O senhor nunca ficará decepcionado com os Estados Unidos da América”, diz o último parágrafo da carta.
Na avaliação de ministros de Lula, o trecho revela que Trump citou Jair Bolsonaro na carta apenas como “instrumento” e que o real objetivo do chefe da Casa Branca com o tarifaço seria negociar, e não ajudar o ex-presidente.
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“Esse parágrafo mostra que, no fundo, o Trump quer negociar. Que o Bolsonaro não vale nada, ele foi usado apenas como um instrumento”, avaliou à coluna, sob reserva, um influente ministro do Planalto.
A citação de Trump a Bolsonaro
Na carta enviada a Lula anunciando o tarifaço, Trump citou Bolsonaro logo no primeiro parágrafo, dizendo que a forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente é “uma vergonha nacional.
“Conheci e tratei com o ex-Presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE! (sic)”, escreveu Trump na carta.
No documento, o americano afirmou ainda que o tarifaço se deve “em parte” aos “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.
Essa violação, de acordo com Trump, foi “demonstrada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil”, por meio de decisões “ilegais” contra empresas e plataformas de mídias sociais dos Estados Unidos.