A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais tempo para investigar o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estado Unidos desde março.
“Em cumprimento à determinação de Itawan de Oliveira Pereira, Delegado de Policia Federal […] solicito a Vossa Excelência prorrogação do prazo do Inq 4995 para continuidade da investigação”, diz documento enviado ao Supremo nesta quinta-feira (3/7).
O filho do ex-presidente é alvo de um inquérito aberto pelo ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, para apurar suposta obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A abertura, determinada em 26 de maio, veio depois de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alegava que o deputado vinha fazendo declarações públicas e postagens em redes sociais nas quais dizia estar atuando para que o governo norte-americano impusesse sanções a ministros do STF e outras autoridades brasileiras.
STF
Nesse inquérito, a PF ouviu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), uma vez que ele seria o responsável por manter financeiramente o filho nos EUA.
Em sua oitiva, ele afirmou que enviou R$ 2 milhões para o filho. O dinheiro, diz ele, foi transferido em 13 de maio por meio de um Pix e que o valor tem origem nos R$ 17 milhões arrecadados pelo ex-presidente em campanha realizada no ano de 2023 para pagar multas recebidas na época da pandemia.
Bolsonaro também foi questionado se fez uma campanha de arrecadação específica para angariar valores para o filho. O ex-presidente, no entanto, negou.
Ainda durante o depoimento, Bolsonaro tentou esvaziar a tese de que Eduardo estaria atuando para que os Estados Unidos imponham sanções a autoridades brasileiras. Para ele, “os Estados Unidos não aplicaria sanções por lobby de terceiros”.
Como mostrou a coluna, também foi nesse mesmo inquérito que a PF tentou intimar Eduardo Bolsonaro para que ele fosse ouvido, mas não conseguiu. A finalidade do contato era agendar uma oitiva virtual com o deputado, mas, segundo a corporação, não houve retorno nos contatos.