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PM que matou estudante pede medida cautelar contra pai da vítima

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PM que matou estudante pede medida cautelar contra pai da vítima

O policial militar que matou o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, em novembro de 2024, pediu uma medida cautelar para que o pai da vítima seja impedido de se aproximar dele. Os soldados da PM Guilherme Augusto Macedo, responsável pelo disparo que atingiu o jovem, e Bruno Carvalho do Prado, que também participou da ocorrência, fizeram a solicitação na última sexta-feira (25/7), dizendo que temem por sua integridade física.

Para fundamentar o pedido, eles citam uma audiência realizada no dia 10, em que Julio Cesar Acosta Navarro, pai de Marco Aurélio, teria ofendido Guilherme e tentado agredi-lo. Na ocasião, o médico chamou o policial de “assassino” e de “covarde”.

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Estudante é encurralado por PMs

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Estudante é encurralado por PMs

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PM tenta conter estudante

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Estudante segura perna de policial

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Estudante segura perna de policial

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Estudante segura perna de policial

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Estudante empurra policial, que cai no chão

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“O pai da vítima ofendeu e tentou agredir o réu Guilherme Augusto Macedo e precisou ser contido pelos policiais que realizavam a escolta”, diz o pedido formulado pela defesa dos PMs. “Diante do que foi narrado, temendo por sua integridade física, a Defesa requer que Vossa Excelência aplique medidas cautelares em desfavor da testemunha, a fim de que esta não se aproxime do réu, pelas razões supracitadas”.

Marco Aurélio Cardenas Acosta foi morto em 20 de novembro de 2024 com um tiro à queima roupa enquanto estava encurralado e sem arma de fogo na entrada de um hotel na Vila Mariana, zona sul da capital. Ele foi perseguido pelos policiais após dar um tapa no retrovisor da viatura. Ao levar um chute no abdómen, segurou a perna de Bruno Prado, que caiu no chão. Enquanto isso, Guilherme Augusto atirou. A cena foi registrada pelas câmeras corporais.

Assista:

Em carta divulgada após a audiência, o médico Julio Cesar deu detalhes sobre sua reação ao se ver de frente do homem que matou seu filho pela primeira vez.

“Enxerguei no fundo da sala, meio escondidos e afastados, quase recolhidos por ser grandes, sentados próximos da juíza, separados de mim por várias pessoas sentados, dois soldados fardados e com boinas, que achei deviam ser Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado. Imediatamente parti em direção a eles, mas subitamente várias pessoas se levantaram e impediram meu avanço, houve uma confusão e gritaria e meus próprios advogados me levaram para fora da sala”, escreveu o médico.

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O médico afirma que, em outro momento da audiência, tentou agarrar Guilherme Augusto, mas novamente foi impedido. Dessa vez, por outros PMs.

“Para não atacar pelas costas ainda gritei alto e com fúria: Guilherme Macedo! Nesse instante senti por detrás outros policiais que me sujeitavam, eram três grandes, fortes e armados. Vociferei gritando alto para Guilherme e Bruno: Assassinos, cobardes, malditos! Eles viraram rapidamente e aceleraram o passo como covardes que são”, disse.

Denúncia à ONU

Em 19 de junho, os pais de Marco Aurélio foram até Genebra, na Suíça, para pedir a responsabilização do governo de São Paulo pela morte de seu filho e do Estado brasileiro pelas violações de direitos humanos decorrentes da violência policial que ocorre em todo o país. Na 59ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), eles entregaram uma denúncia, realizada juntamente com a entidade Conectas Direitos Humanos.

O que aconteceu

Entre os pontos defendidos no documento, está a criação de um plano para reduzir a violência policial e letalidade no Estado, cuidados mentais e físicos para a família das vítimas e a responsabilização do Estado pelos homicídios de civis cometidos por PMs, considerando toda a cadeia de comando.

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