O policial militar Fabio Anderson Pereira de Almeida, afastado por matar com um tiro na cabeça um marceneiro que saía do trabalho, em São Paulo, foi reprovado em um teste psicológico para ingressar na Polícia Científica do Paraná.
Almeida, de 35 anos, está afastado após matar o homem, de 26, na noite da última sexta-feira (4/7), na Estrada Turística de Parelheiros, zona sul de São Paulo. O jovem morto, identificado como Guilherme Dias Santos Ferreira, tinha acabado de sair do trabalho quando foi confundido com um ladrão.
Antes do episódio, o PM havia tentado carreira na Civil do Paraná, sem sucesso. Em processo de 2023, ele entrou na Justiça paranaense contra a avaliação psicológica em um concurso para agente de perícia, argumentando que foi marcada por “vícios insanáveis”.
“Narra, em síntese, que se inscreveu no concurso público regido pelo Edital nº. 001/2023 – Agente de Perícia PCP e que a despeito de ter sido aprovado nas fases iniciais do certame, foi reprovado na avaliação psicológica. Contudo, sustenta que a avaliação psicológica está eivada de vícios insanáveis, razão pela qual pretende a anulação da decisão que considerou o candidato como inapto”, diz o processo, relatando a petição de Almeida.
Na ocasião, o juiz do caso negou pedido de liminar do homem, mantendo temporariamente válida a avaliação. No entanto, o processo corre até hoje na Justiça.
“Primeiramente, importante destacar que os atos administrativos possuem presunção de legalidade, ou seja, presume-se que a administração pública pratica seus atos em conformidade com a legislação vigente, todavia, esta presunção é relativa, cabendo à parte interessada afastar a referida presunção. Em que pese as razões expostas pela parte autora em sua inicial, a presunção de legalidade do ato administrativo não restou afastada, ao menos em análise superficial dos autos”, afirmou a Justiça.
PM é preso, liberado sob fiança e afastado
- Após matar o marceneiro, Almeida chegou a ser preso em flagrante por homicídio culposo (não intencional).
- No entanto, no mesmo dia, pagou fiança estabelecida em R$ 6,5 mil e responderá ao processo em liberdade.
- Após a liberdade, a Polícia Militar decidiu afastar o PM dos serviços operacionais.
- O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, e a Polícia Militar acompanha o inquérito.
Vídeo mostra jovem saindo do trabalho
Vídeos de câmeras de segurança mostram o momento exato em que o trabalhador Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, bateu o ponto em seu trabalho, às 22h23, apenas alguns minutos antes de ser morto pelo policial militar.
Veja: