A polícia prendeu, nesta sexta-feira (25/7), o homem flagrado atirando uma pedra em um ônibus na Avenida Cupecê, na zona sul de São Paulo, nessa quinta-feira (24/7). Desde 12 de junh, 549 veículos do sistema municipal de transporte foram depredados, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans.
Um vídeo, do programa de vigilância Smart Sampa, mostra o homem, que usa um moletom preto, com calça jeans e uma bolsa preta, quebrando parte da calçada da avenida, pegando uma das pedras e arremessando contra o vidro traseiro do ônibus.
Veja:
Na sequência, as câmeras o flagram deixando o local correndo.
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, as imagens foram compartilhadas com a Polícia Civil logo após o crime. A instituição localizou o suspeito e o encaminhou para o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), que investiga os ataques a ônibus.
Segundo a SPtrans, foram registrados dois ataques a ônibus nessa quinta, incluindo o caso do pedaço de concreto, e mais dois nesta sexta-feira, em várias regiões da cidade.
Somando os 549 ataques aos coletivos da rede municipal às 291 ocorrências intermunicipais, administradas pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), são mais de 800 casos de vandalismo na região metropolitana de São Paulo nos últimos dois meses.
A partir desta sexta, 200 agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) passaram a circular dentro dos ônibus para reforçar a segurança contra a onda de vandalismo. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, os agentes atuarão dentro dos veículos em locais com registros de ataques a coletivos. Além disso, os guardas darão apoio na saída das garagens e ao longo do percurso das linhas, que, “por razões estratégicas, não serão divulgadas”, informou a gestão.
Prisões e investigação policial
Até o momento, 16 suspeitos foram detidos em razão da onda de vandalismo. “As forças de segurança do estado seguem empenhadas na identificação e detenção dos autores de ataques a ônibus”, diz a SSP.
As prisões mais recentes foram a do servidor público Edson Aparecido Campolongo, identificado como autor de 18 ataques a ônibus em São Paulo, e seu irmão, Sergio Aparecido Campolongo, que participou de ao menos dois ataques.
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As investigações estão sendo conduzidas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o apoio de unidades regionais e da Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber). Paralelamente, a Polícia Militar intensificou o patrulhamento em todo o estado, por meio da “Operação Impacto – Proteção a Coletivos”.
Motivação dos ataques
- A equipe de investigação considera mais de uma hipótese como motivação dos atos de vandalismo, como disputa entre as empresas de ônibus e desafio de internet, mas evita apontar uma linha de investigação principal, conforme apurou a reportagem com pessoas ligadas ao Deic.
- O diretor do Deic de São Paulo, Ronaldo Sayeg, afirmou, em coletiva de imprensa em 3 de julho, que a única linha de investigação afastada, por ora, é a de uma ação articulada pelo crime organizado.
- A possibilidade de desafios on-line já havia sido ventilada pelo próprio vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), que comentou as ocorrências no litoral paulista.
- O delegado do Deic, Fernando Santiago, afirma que, com base na suspeita de desafios na internet, está sendo feito um trabalho de monitoramento das plataformas digitais, mas até agora não há nada concreto em relação a essa linha de investigação.
- Na capital, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou a Polícia Civil e reconheceu a demora em elucidar as causas e descobrir os autores das depredações.
- O prefeito discute a possibilidade de colocar policiais militares dentro dos coletivos.
A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans, em nota, reiteram o repúdio aos atos de vandalismo registrados no sistema de transporte e afirmam que seguem fornecendo todas as informações necessárias para auxiliar nas investigações.
A SPTrans reforça a orientação para que as concessionárias comuniquem imediatamente todos os casos à Central de Operações e formalizem as ocorrências junto às autoridades policiais. “Cabe ressaltar que a empresa é obrigada a encaminhar o veículo para manutenção, substituindo-o por outro da reserva técnica, que realizará a próxima viagem programada, garantindo a continuidade do serviço prestado aos passageiros. Caso isso não ocorra, a empresa é penalizada pela viagem não realizada.”