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    Polícia prende suspeitos por desaparecimento de estudante trans em SP

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    A Polícia Civil prendeu dois suspeitos no envolvimento do desaparecimento da estudante trans Carmen de Oliveira Alves na noite dessa quinta-feira (10/7), em Ilha Solteira, no interior de São Paulo. Carmen está desaparecida desde o dia 12 de junho deste ano, quando foi vista pela última vez na saída do Campus Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

    3 imagensA jovem desapareceu após fazer uma prova do curso de zootecnia, no dia 12 de junho, quando foi vista pela última vez, na saída do Campus Ilha Solteira da UnespCarmen era uma pessoa alegre e bem vista na comunidade, que não apresentava nenhum indício de tristeza antes do desaparecimentoFechar modal.1 de 3

    Sem respostas por quase 29 dias, amigos e familiares de Carmen iniciaram movimentos de buscas nas redes sociais

    Arquivo Pessoal2 de 3

    A jovem desapareceu após fazer uma prova do curso de zootecnia, no dia 12 de junho, quando foi vista pela última vez, na saída do Campus Ilha Solteira da Unesp

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    Carmen era uma pessoa alegre e bem vista na comunidade, que não apresentava nenhum indício de tristeza antes do desaparecimento

    Arquivo Pessoal

    Os suspeitos foram identificados como Marcos Yuri Amorim (foto em destaque à esquerda), namorado de Carmen, e Roberto Carlos Oliveira (foto em destaque à direita), policial militar ambiental da reserva. Segundo o delegado Miguel Rocha, responsável pela investigação do caso, os homens estavam envolvidos em uma relação amorosa e teriam trabalhado em conjunto para matar a estudante e ocultar o corpo.

    A polícia afirmou que os homens estão presos temporariamente, com prazo inicial de 30 dias. Após esse período, caso não haja nova decisão judicial ou denúncia formal, os acusados poderão ser colocados em liberdade.

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    Durante as investigações, o sigilo telefônico de Carmen foi quebrado e a polícia percebeu que ela nunca saiu de Ilha Solteira. Antes de sumir, o rastreamento do celular da estudante apontou que o último lugar em que ela esteve foi na casa do namorado, em um assentamento da cidade.

    A polícia segue com as buscas pelo corpo. O desaparecimento completa um mês neste sábado (12/7).

    Não dormiu em casa na noite anterior

    Em entrevista ao Metrópoles, Lucas de Oliveira Alves, irmão de Carmen, contou que a irmã não dormiu em casa na noite anterior do sumiço. No dia 11, a jovem teria ido até a casa de uma amiga, onde estudaram juntas para uma prova, saiu e não retornou para casa.

    Sem dar notícias à família, já no dia 12, Carmen foi vista por câmeras de segurança no campus da Unesp de Ilha Solteira, onde foi identificada pela última vez. Na ocasião, por volta das 10h04, a mulher aparece saindo do campus vestida com calças jeans e uma blusa verde, pilotando uma bicicleta elétrica preta.

    Ainda de acordo com Lucas, a jovem sempre foi uma pessoa querida na cidade, trabalhava em restaurantes e era conhecida pela educação. Ele conta que Carmen era uma pessoa alegre e bem vista na comunidade e que não apresentava nenhum indício de tristeza antes do desaparecimento.

    Protestos e preocupação por ser trans

    Sem respostas por quase 29 dias, amigos e familiares de Carmen iniciaram movimentos nas redes sociais. No perfil “Onde está Carmen?”, populares organizaram protestos e reuniões exigindo respostas das autoridades.

    2 imagensO sigilo telefônico de Carmen foi quebrado e a polícia teve a informação de que ela nunca saiu de Ilha SolteiraFechar modal.1 de 2

    Os homens estavam envolvidos em uma relação amorosa e teriam trabalhado em conjunto para matar a estudante e ocultar o corpo

    Reprodução/Redes sociais2 de 2

    O sigilo telefônico de Carmen foi quebrado e a polícia teve a informação de que ela nunca saiu de Ilha Solteira

    Reprodução/Redes sociais

    Para o irmão de Carmen, há ainda um medo maior da família pela jovem ser uma mulher trans. O parente afirmou que tinha muito medo do caso “ser passado para trás, que não tivesse um desfecho”.

    “A gente tem esse medo pelo fato dela ser uma mulher trans preta, não ter grandes condições financeiras, então a gente fica com medo do caso ser só mais um caso, que ele seja passado para trás, ou que seja só mais um e não tenha desfecho”, lamentou.

    Moradores seguem contribuindo com as buscas e divulgam informações sobre a mulher. De acordo com informações de colegas, ela tem aproximadamente 1,70 de altura, cabelo preto cacheado, pele negra e olhos castanhos.

    Buscas pelo corpo continuam

    Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso segue sendo investigado por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia de Ilha Solteira. Na noite dessa quinta-feira (10/7), os dois suspeitos foram conduzidos à delegacia, onde foram ouvidos e permanecem à disposição da Justiça.

    Investigações continuam visando a localização da vítima e o total esclarecimento dos fatos.