O deputado federal Guilherme Boulos (PSol) afirmou na noite desta quinta-feira (10/7) que a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação ao tarifaço do governo americano sobre as exportações brasileiras é vergonhosa.
O psolista disse que Tarcísio deveria defender os interesses do estado paulista, mas que decidiu “prolongar a servidão ao bolsonarismo com o Estado americano”.
“A postura do Tarcísio é vergonhosa. São Paulo é o estado mais industrializado do país. É o estado que, com essa taxação, vai ser o grande prejudicado, a indústria, desemprego dos trabalhadores. E o governador de São Paulo, que deveria defender o interesse do povo paulista, do trabalhador paulista, do empresariado paulista. Toda uma atitude vexatória. Uma atitude de colocar a sua servidão ao bolsonarismo acima do estado que ele deveria governar. A máscara dele caiu nesses dias”, afirmou Boulos durante o ato convocado por movimentos sociais e centrais sindicais.
Ao lado de Trump, Tarcísio foi o principal alvo dos manifestantes. O governador passou a ser criticado por petistas em meio à crise gerada pelo tarifaço de Trump.
Ato contra Trump
- O ato organizado por movimentos sociais, centrais sindicais e políticos de esquerda, nesta quinta-feira (10/7), na Avenida Paulista, região central de São Paulo, foi marcado pelas críticas à taxação anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre as exportações brasileiras.
- O grupo também pediu aumento na cobrança de impostos para parcelas mais ricas da população.
- Após conseguir pautar as redes sociais com um discurso por “justiça tributária”, os movimentos convocaram o ato para pedir a taxação de bilionários, bancos e bet, grupo batizado de BBB.
- O protesto foi organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, além do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
O ato tem como um dos principais articuladores o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que convocou a manifestação pelas redes sociais nas últimas semanas. O parlamentar vive a expectativa de ser convidado pelo presidente Lula a assumir a Secretaria-Geral da Presidência.
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Também estiveram presentes parlamentares da esquerda como o deputado federal Rui Falcão, que disputou as eleições internas do PT contra Edinho Silva.
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Manifestação na Avenida Paulista
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O protesto teve também como alvo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que passou a ser criticado por petistas em meio à crise gerada pelo tarifaço de Trump.
Isso porque o governador paulista endossou nos últimos dias uma postagem de Trump em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, junto a aliados. Donald Trump citou o caso para justificar o tarifaço contra o Brasil.
Boneco de Trump queimado
Manifestantes presentes no ato da Avenida Paulista, região central de São Paulo, na noite desta quinta-feira (10/7), colocaram fogo em um boneco do presidente norte-americano Donald Trump e na bandeira dos Estados Unidos.
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Boneco de Trump foi queimado na Paulista
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Trump é um dos principais alvos do protesto convocado por movimentos sociais, centrais sindicais e parlamentares de esquerda.
Com o mote inicial de taxação dos super-ricos e fim da escala 6×1, o ato acabou sendo dominado pelas críticas ao tarifaço anunciado por Trump sobre exportações brasileiras, em retaliação ao processo judicial que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
Pautas levantadas pelos manifestantes
Em meio ao ato, os manifestantes enrolavam gritos de “Cala a boca, Tarcísio” e também chamavam o governador de “vira-lata”.
Além da taxação dos super ricos, outras pautas levantadas pelos manifestantes foram o fim da escala 6×1 e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, projeto do governo Lula que está em tramitação na Câmara dos Deputados.
O ato na Avenida Paulista começou por volta das 18h, em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), e ocupou as duas faixas da via. Os organizadores que estavam em cima do trio elétrico afirmaram haver cerca de 20 mil pessoas no ato.
Na quinta-feira passada (3/7), manifestantes da frente Povo Sem Medo e do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) já haviam ocupado a sede do banco Itaú BBA, na avenida Faria Lima, em São Paulo, em protesto pela “taxação dos bilionários, bancos e bets”. No local, os manifestantes ergueram faixas como “O povo não vai pagar a conta”, “chega de mamata” e “taxação dos super-ricos”.