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    Presidente da Comissão Europeia é alvo da direita em moção de censura

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    Eurodeputados de extrema direita reuniram, nessa quinta-feira (3/7), as 72 assinaturas necessárias para dar início a uma moção de censura contra a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

    O processo foi iniciado pelo deputado de extrema direita da Romênia, Gheorghe Piperea, membro do grupo Conservadores e Reformistas Europeus (ECR na sigla em inglês). Ele criticou a falta de transparência de Ursula von der Leyen durante a pandemia da Covid-19, principalmente na recusa da presidente em divulgar mensagens trocadas com o CEO da Pfizer, Albert Bourla.

    A ideia dos representantes da extrema direita é destituir Ursula von der Leyen da presidência da Comissão Europeia. Porém, eurodeputados de outras correntes e ideologias afirmam que esta moção de censura tem poucas chances de ser aprovada.

     Tema em debate

    Na próxima segunda-feira (7/7), a moção será debatida no Parlamento Europeu e Ursula von der Leyen terá de se defender das acusações feitas pela extrema direita. A votação deve acontecer no dia 10 de julho.

    Até lá, qualquer eurodeputado signatário poderá retirar a qualquer momento o apoio à moção. Caso isso aconteça, uma nova revisão será feita. Se o mínimo necessário (72 assinaturas) não for alcançado, o processo é imediatamente interrompido.

    Após a votação, é necessário pelo menos dois terços dos votos para que a moção de censura seja aplicada.

    O que pode acontecer

    Analistas políticos apontam para dois cenários. O primeiro, e menos provável, é que a moção de censura receba votos suficientes. A Comissão cai e 27 novos comissários terão de ser nomeados. O processo colocaria a União Europeia em um estado de inação.

    O segundo cenário, e o mais realista, segundo os analistas, é de que a moção de censura seja rejeitada porque a maioria dos grupos, seja de direita ou de esquerda, já anunciou voto contrário.

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    Mesmo que não consiga a destituição de von der Leyen do cargo, Gheorghe Piperea espera que a iniciativa possa “abrir a Caixa de Pandora”, encorajando novas moções de censura.

    “É importante que tenhamos este processo democrático para forçar este tipo de debate. Mesmo que a minha moção não tenha sucesso, provavelmente haverá outras no futuro que serão bem sucedidas”, afirmou o eurodeputado romeno.

    Ursula von der Leyen não se pronunciou sobre a moção. Nesta quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia publicou vídeos na rede social X em que aparece ao lado da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, em visita oficial ao país nórdico.

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