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    Processo de cassação do governador de Roraima faz aniversário de 1 ano parado no TSE

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    O processo que trata da cassação do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), está parado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há quase um ano. O aniversário será no dia 13 de agosto.

    Na mesma data, no ano passado, o TSE iniciou o julgamento do recurso de Antonio Denarium contra a perda do mandato determinada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). O político foi condenado quatro vezes nessa instância. O vice-governador, Edilson Damião (Republicanos), também teve o mandato cassado.

    A ação subiu para o TSE. À época, apenas o relatório foi lido e a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, encerrou a sessão, reiterando que o caso estava suspenso e seria marcada uma nova data para apresentação dos votos. Mas isso não aconteceu nos 12 meses seguintes.

    O TRE-RR cassou o mandato de Antonio Oliverio Garcia de Almeida, conhecido como Antonio Denarium, e de Edilson Damião por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022. Eles foram acusados de usar a máquina pública para comprar votos.

    3 imagensAntonio Denarium, governador de RoraimaGovernador de Roraima, Antônio DenariumFechar modal.1 de 3

    Antonio Denarium entrega cartões do programa Cesta da Família. O governador de Roraima foi acusado de utilizar o programa social para comprar votos

    Divulgação/Secom-RR2 de 3

    Antonio Denarium, governador de Roraima

    Daniela Santos/Metrópoles3 de 3

    Governador de Roraima, Antônio Denarium

    Andre Borges/Esp. Metrópoles

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    O governador foi condenado por usar os programas Cesta da Família e Morar Melhor, destinados à população de baixa renda, para se promover na véspera das eleições. Antonio Denarium também responde a processo por repasses milionários a prefeituras no ano do pleito.

    Em janeiro de 2022, o Governo de Roraima instituiu o Programa Cesta da Família, resultado da unificação de dois outros projetos. Tal medida, para o Ministério Público Eleitoral (MPE), tratou-se apenas de uma tentativa de legitimar a distribuição gratuita de bens a 50 mil famílias durante o ano eleitoral, o que é proibido por lei.

    “Com efeito, os representados tentaram dar aparência de legalidade à permanência de um programa que, por essência, deveria ser eventual, ao enquadrá-lo em outro duradouro, mas de natureza diversa, o que acabou ocasionando a criação de um terceiro, bem diferente dos dois primeiros, no ano da eleição”, afirmou o MPE, que se manifestou a favor da manutenção da cassação.

    “Competência da Presidência”

    A Coligação Roraima Muito Melhor, adversária de Antonio Denarium, solicitou à relatora da ação, ministra Isabel Gallotti, a inclusão do processo na pauta de julgamento, citando a demora para a Corte analisar o tema.

    A magistrada negou o pedido, informando que a Presidência do TSE colocou e retirou a ação da pauta da sessão de agosto de 2024, de forma que caberia a ela tomar novas providências.

    “Nesse contexto e, considerando que a inclusão do processo em pauta para julgamento é de competência da Presidência do TSE, não há providência a ser adotada por esta relatora”, afirmou Gallotti.

    Questionado se há alguma previsão de julgar o caso novamente, o TSE não respondeu e apenas deu informações sobre como consultar a pauta da Corte.

    A coluna tenta contato com a defesa do governador. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

    À época da condenação, Denarium disse que “buscará esclarecer todas as questões levantadas e apresentar os contrapontos necessários a restabelecer a tranquilidade em um estado que está dando certo”.