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    PT aciona Banco Central para checar quem lucrou com tarifaço de Trump

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    Líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (PT) protocolou um pedido formal ao Banco Central (BC) pedindo a identificação dos operadores que realizaram transações de câmbio “com valor igual ou superior a R$ 500.000,00” na manhã de 18 de julho de 2025 — horas antes do anúncio oficial do governo dos Estados Unidos sobre a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

    Segundo a petição, houve uma “movimentação incomum” no mercado cambial brasileiro, o que sugere o “possível uso de informação privilegiada”. O documento cita a gestora internacional Tolou Capital Management, que relatou lucros de até 50% em poucas horas. A petição pede que o BC apure se houve compartilhamento deliberado de dados relevantes ainda não divulgados ao mercado, em violação à legislação do mercado financeiro.

    5 imagensPresidente LulaO presidente dos Estados Unidos, Donald TrumpO deputado Eduardo BolsonaroLindbergh FariasFechar modal.1 de 5

    Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central

    Breno Esaki / Metrópoles2 de 5

    Presidente Lula

    KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo3 de 5

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

    Kevin Dietsch/Getty Images4 de 5

    O deputado Eduardo Bolsonaro

    Reprodução/X5 de 5

    Lindbergh Farias

    VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

    Lindbergh solicita que o BC identifique os autores das transações, detalhe as operações realizadas [incluindo valores, horários, instituições intermediárias e beneficiários finais], analise padrões atípicos e encaminhe os dados à CVM, ao COAF, à Procuradoria-Geral da República e ao STF.

    O parlamentar sustenta que os fatos podem ter conexão com o inquérito que investiga o deputado Eduardo Bolsonaro por suposta obstrução de justiça, coação no curso do processo e atentado ao Estado Democrático de Direito.

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    De acordo com o documento, a Advocacia-Geral da União indicou ao STF que as tarifas impostas pelos EUA fariam parte de uma “estratégia de chantagem geopolítica” contra ministros da Corte, articulada com membros da cúpula política nacional.

    Lindbergh classifica o  episódio como parte de uma possível “guerra híbrida”, com uso ilícito de canais financeiros para promover instabilidade institucional e ganhos ilícitos, em conluio com interesses estrangeiros.

    Para o líder do PT, é dever do BC adotar providências imediatas a fim de proteger a integridade do mercado financeiro, a soberania nacional e a ordem democrática brasileira.

    Em outra frente, a AGU solicitou que o STF investigue a compra e venda de dólares durante o tarifaço de Trump.