A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), de 45 anos, foi presa nesta terça-feira (29/7) na Itália. A parlamentar era considerada foragida, com o nome na lista vermelha da Interpol, após deixar o país ao ser condenada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, além da perda do cargo, após invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Relembre as restrições impostas à Zambelli por Moraes:
Zambelli era uma das apoiadoras mais fiéis do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eleita deputada federal na onda do bolsonarismo, em 2018, pelo Partido Social Liberal (PSL), foi reeleita em 2022 pelo Partido Liberal (PL), como a segunda deputada mais votada de São Paulo.
Da condenação à fuga
- Em 15 de maio, a Primeira Turma do STF condenou Zambelli por unanimidade a 10 anos e 8 meses de prisão e à perda de mandato por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
- Em entrevista coletiva convocada por Zambelli após ser condenada, ela citou problemas de saúde e disse que não sobreviveria à cadeia. “Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia”, afirmou.
- Em 23 de maio, a defesa de Zambelli recorreu da decisão que a condenou e apresentou embargos declaratórios.
- Em 25 de maio, a parlamentar deixou o Brasil por via terrestre pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu (PR).
- Em 3 de junho, já fora do Brasil, Zambelli confirmou a saída em entrevista ao canal Auriverde, no YouTube.
- Ela declarou que o motivo inicial da viagem foi a busca por um tratamento médico que já vinha realizando, embora não tenha especificado o local ou a natureza do tratamento.
- Nesta terça-feira (29/7), Zambelli foi presa na Itália.
Carla Zambelli, antes de ter um cargo político, foi fundadora do Movimento Nas Ruas, que ganhou notoriedade nas manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
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A deputada tem 45 anos e nasceu em Ribeirão Preto, São Paulo. Formada em Planejamento Estratégico Empresarial pela Universidade Nove de Julho (Uninove), atuou na área até 2015, quando pediu afastamento da empresa que trabalhava, a KPMG, para tratar um tumor no cérebro.
Zambelli, além da vida política, é registrada na profissão de escritora, tendo lançado o livro Não foi Golpe – Os bastidores da luta nas ruas pelo Impeachment de Dilma, publicado pela LVM Editora, em 2018.