Ex-estrategista de comunicação de Donald Trump e atual conselheiro do presidente dos Estados Unidos, o empresário Jason Miller, de 49 anos, é um dos cérebros por trás das sanções planejadas contra o ministro Alexandre de Moraes (STF).
Nascido e criado em Washington, Miller tem se reunido com integrantes da Casa Branca para discutir o modelo das punições a serem aplicadas ao magistrado brasileiro.
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF
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Jason Miller com Jair Bolaonaro e Eduardo Bolsonaro em 2021
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Jason Miller é conselheiro de Trump
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Por ordem de Moraes, o empresário foi detido em 2021, no Aeroporto Internacional de Brasília, para um interrogatório conduzido pela Polícia Federal (PF).
Na ocasião, o então assessor de Trump visitava o Brasil para promover sua rede social, o Gettr, durante a Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), promovida pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro. No país, Miller se encontrou com o parlamentar e com o então presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Itamaraty.
Miller foi ouvido pela PF durante três horas, no âmbito do inquérito que investiga a incitação de atos antidemocráticos. Ele acabou liberado em seguida e retornou aos EUA. O Gettr, rede social criada pelo assessor de Trump, tinha como objetivo reunir integrantes da direita em um ambiente digital sem moderação de conteúdo, inclusive em casos de desinformação ou incitação à violência.
“Não fomos acusados de nenhum delito, e nos disseram que ‘queriam conversar’. Informamos que não tínhamos nada a dizer e, no fim, fomos liberados para voar de volta aos Estados Unidos. Nosso objetivo de promover a liberdade de expressão em todo o mundo continua!”, escreveu Miller em seu perfil do Instagram após ser liberado.
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Em entrevistas concedidas após ser detido no Brasil, o empresário comparou Moraes a um “vilão de James Bond” e disse que os ministros do STF são “incontroláveis”.
“No Brasil, um juiz da Suprema Corte também tem a capacidade de emitir intimações, mandar prender pessoas e muito mais. Eles são incontroláveis”, afirmou.
Braço direito de Trump
Em 2024, Miller atuou como conselheiro sênior e porta-voz da campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos. Apesar de não ocupar cargos oficiais no governo, é apontado como braço direito do presidente norte-americano. Neste ano, o empresário criticou as declarações de Moraes à revista New Yorker e classificou o ministro como “a maior ameaça à democracia” no Ocidente.
“O ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro Alexandre de Moraes é a maior ameaça à democracia no Hemisfério Ocidental, e ele acha engraçado”, escreveu Miller, referindo-se a uma frase de Moraes publicada pela revista: “As pessoas vão começar a dizer que estou perseguindo todo mundo agora.”
Jason Miller tem 50 anos e tornou-se conhecido por sua atuação na empresa Jamestown Associates, especializada em consultoria e produção de materiais para políticos do Partido Republicano. Ele foi o responsável pela elaboração dos comerciais da campanha vitoriosa de Donald Trump contra Hillary Clinton em 2016.
No primeiro governo de Trump, o empresário recusou o convite para ocupar a Diretoria de Comunicações da Casa Branca. Continuou como porta-voz de Trump após o fim do mandato do presidente e fundou sua rede social em 2021. Miller exerceu a função de executivo-chefe do Gettr até fevereiro de 2023, quando se juntou oficialmente à equipe da pré-campanha de Trump.