Uma operação integrada, deflagrada na manhã desse sábado (19/7), mirou dois homens investigados por envolvimento na morte do motorista por aplicativo Weverton Antônio dos Santos, 28 anos, morto e esquartejado por membros do Comando Vermelho (CV) em maio deste ano, em Eunápolis (BA).
A ação, nomeada de Operação Colecionador, teve como alvo um grupo criminoso suspeito de tráfico de drogas e homicídios na região do extremo sul da Bahia.
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Durante a operação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva contra um homem, flagrado com imagens de mortes praticadas pela facção. Outro investigado também foi preso em flagrante. Os policiais apreenderam porções de maconha e munições.
Ao todo, quatro pessoas responsáveis pelo homicídio do motorista por aplicativo foram presos em ações policiais. Os acusados permanecem à disposição do Poder Judiciário.
Os mandantes do assassinato também já tiveram suas prisões decretadas pela Justiça.
A Operação Colecionador contou com a participação da Força-Tarefa da Polícia Federal em Porto Seguro, da 1ª Delegacia Territorial de Eunápolis, da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) de Eunápolis, da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior, da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), do Comando de Policiamento Regional Extremo Sul da PM, do BOPE, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPBA) e da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
O crime
Informações da família apontam que a vítima teria sido vista pela última vez quando buscou o enteado em uma escola localizada no mesmo município. Após isso, os parentes não tiveram mais notícias sobre o paradeiro do motorista.
Os familiares só souberam do sequestro após ter acesso às imagens de horror. Eles receberam um vídeo em que Weverton era torturado e teve a cabeça arrancada pelos criminosos.
Antes de morrer, o motorista de aplicativo teria sido abordado, agredido e torturado. As partes do corpo dele foram encontradas pela polícia em Eunápolis, em 13 de maio. O carro, no entanto, foi abandonado fora da cidade, em um distrito.
Segundo uma fonte policial, a suspeita dos traficantes teria começado quando Weverton começou a frequentar o bairro Alecrim, que tem atuação do Comando Vermelho, para visitar uma mulher.
“A vítima, que é moradora do centro de Eunápolis, começou a namorar com uma mulher desse bairro, Alecrim, que é uma localidade periférica com forte atuação do CV. Além disso, era uma pessoa que tinha amizades com policiais, apesar de não ser informante. A suspeita é que ele tenha sido capturado pelos traficantes, teve o celular analisado, e que o contato de PMs na sua lista tenha motivado a morte”, conta.
Ainda segundo a fonte, um policial, assim como a família de Weverton, teria recebido o vídeo dele esquartejado após o crime. “Enviaram para esse policial e escreveram ‘tome aí seu X9’. Eles acreditavam, de maneira equivocada, que estavam matando alguém que passaria informações do traficante do bairro do Alecrim para agentes da polícia”, completa.