Após o governo dos Estados Unidos suspender parte dos envios de armas prometidas à Ucrânia, o Kremlin reagiu de forma entusiasmada. Nesta quarta-feira (2/7), a Rússia comemorou a iniciativa norte-americana, declarando ser parte do “início do fim da operação militar”.
A medida, que inclui a suspensão do envio de sistemas de defesa aérea Patriot e milhares de projéteis de artilharia, foi encarada por Moscou como um passo em direção ao fim da guerra, enquanto Kiev alertou que a interrupção enfraquece sua capacidade de defesa e pode estimular o avanço russo.
“Quanto menor o número de armas entregues à Ucrânia, mais próximo estará o fim da operação militar especial”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Momento crítico no front ucraniano
A paralisação do apoio militar ocorre em um momento crítico para a Ucrânia, que enfrenta semanas de intensos bombardeios e perdas de território na linha de frente.
Fontes ouvidas pela imprensa americana afirmam que o congelamento inclui 30 mísseis Patriot, 8.500 projéteis de artilharia de 155 mm, mais de 250 mísseis de precisão GMLRS e 142 mísseis Hellfire.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou o vice-chefe de missão da embaixada dos EUA em Kiev, John Ginkel, para cobrar esclarecimentos e expressar preocupação.
“Qualquer atraso ou procrastinação no apoio às capacidades de defesa da Ucrânia só encorajará o agressor a continuar a guerra e o terror, em vez de buscar a paz”, afirmou a chancelaria ucraniana em nota.
A suspensão de armamentos e a falta de apoio contínuo dos EUA preocupa o governo ucraniano, pois a capacidade de defesa aérea do país pode ficar severamente comprometida.
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Decisão norte-americana
Apesar da reação ucraniana, a Casa Branca defendeu a pausa.
Segundo a vice-secretária de imprensa Anna Kelly, a medida busca “colocar os interesses dos Estados Unidos em primeiro lugar”, após uma revisão do Departamento de Defesa sobre o uso global de seus estoques.
“A força das Forças Armadas dos Estados Unidos permanece inquestionável — basta perguntar ao Irã”, disse ela, em referência ao recente bombardeio contra instalações nucleares iranianas.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, ponderou que os EUA precisam administrar seus arsenais, mas alertou que “no curto prazo, a Ucrânia não pode ficar sem todo o apoio que puder obter”, especialmente em relação a munições e sistemas de defesa aérea.