Ninguém defende o fechamento do Congresso, a não ser os apoiadores de Bolsonaro chamados por ele de “malucos” ao depor no Supremo Tribunal Federal.
Diga-se em respeito aos fatos que os “malucos” não pediram o fechamento do Congresso, não os acampados à porta de quartéis no final de 2022. Não desceram a esse detalhe.
Bateram continência para pneus, marcharam como se fossem soldados e pediram simplesmente um golpe militar para manter Bolsonaro no Poder e impedir a posse de Lula.
Também não estava nos planos de Bolsonaro, se o golpe desse certo, fechar o Congresso. Estava a morte de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
É improvável que um Congresso majoritariamente de direita como o que temos não acabasse se compondo com o presidente-ditador. Em 1964, o Congresso rendeu-se ao golpe. Por que reagiria desta vez?
O que se passa é que as pessoas começaram a acordar para a insensibilidade do Congresso quando se discute propostas de cunho social. Em ocasiões assim, fica claro de que lado ele está.
O Congresso está do lado dos que pagam pouco e mandam muito, e em desfavor dos que pagam muito e não mandam quase nada. Daí as críticas ao Congresso que ganham estridência.
A imprensa reverbera os temores dos que resistem a fazer concessões porque é deles que ela depende. É livre para tanto. e deve continuar sendo livre.
Mas na era das redes sociais há e sempre haverá espaço para todos, e não só para os idiotas, como temia o filósofo italiano Umberto Eco. Nas ruas, também.