Quando o parceiro insiste em apagar todas as luzes na hora do sexo, é natural surgir a dúvida: será que ele está envergonhado do próprio corpo? Segundo a médica pós-graduada em sexologia Thaina Mariz, essa preferência pode estar ligada a questões de autoestima, traumas ou inseguranças.
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“Pode ser por achar que seu corpo é feio, por ter passado por situações de bullying, ou até mesmo por ter sofrido algum tipo de abuso e carregar culpa por isso. Também há os mais tímidos, que evitam se expor por natureza”, explica Thaina.
Segundo a médica, para muitas pessoas, o escuro funciona como uma espécie de escudo. “Elas acreditam que, assim, a outra pessoa não verá suas imperfeições. Mas o problema não é o ambiente, e sim a dificuldade de entrega durante o ato sexual”, diz. Essa barreira pode prejudicar não só o prazer, como também a intimidade emocional do casal. “O parceiro pode interpretar isso como uma falta de confiança, o que mina a conexão entre os dois”, completa.
A boa notícia é que é possível trabalhar isso em conjunto. O primeiro passo é conversar com delicadeza, sem cobranças. “Crie uma conexão primeiro, com gestos de carinho ou escuta ativa. Pergunte com cuidado e esteja disposto a entender o que ele sente”, orienta.
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E como resolver?
Na terapia sexual, há técnicas que ajudam no resgate da autoestima. “Uma delas é o exercício de se olhar no espelho, primeiro vestido e depois nu, observando e anotando o que gosta ou não em si. Isso ajuda a construir uma imagem mais positiva do próprio corpo”, afirma a médica.
O casal também pode praticar atividades que estimulem o toque e a confiança, como o chamado “mapa erótico”. “Um parceiro recebe carícias enquanto o outro observa e anota as reações. Isso fortalece a intimidade e o diálogo sexual”, sugere Thaina.
Por fim, entender o contexto cultural do parceiro é essencial. “Algumas pessoas cresceram ouvindo que sexo é algo sujo ou errado, o que influencia muito na forma como lidam com o próprio corpo e a sexualidade”, diz a especialista. Com empatia e paciência, é possível romper essas barreiras e construir uma vivência mais saudável e prazerosa a dois.