Dá gosto ver pai e filhos Bolsonaro confessarem publicamente o intento de aplicar mais um golpe no Brasil, desta vez com o apoio escancarado de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
Foi em segredo que eles tramaram o golpe de dezembro de 2022 para impedir a posse de Lula. Fracassaram. Aí tentaram no 8 de janeiro de 2023. Fracassaram. Agora tentam de novo.
No passado, golpe era coisa que não se alardeava para evitar que fosse abortado. O inimigo deve ser pego de surpresa para que não tenha tempo de reagir. Os Bolsonaro esculhambaram até com isso.
Em 5 de julho de 2022, a três meses das eleições, Bolsonaro, pai, reuniu seus ministros no Palácio do Planalto e pediu-lhes ajuda para “virar a mesa”. A reunião foi gravada e veio à luz.
Desesperado com a derrota que se avizinhava, ele atacou a justiça e disse a certa altura:
“Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira. Alguém duvida que a esquerda vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”.
Poucos dias depois (18/7), Bolsonaro reuniu 40 embaixadores estrangeiros no Palácio do Planalto para ouvi-lo desqualificando o processo eleitoral. Por isso, tornou-se inelegível até 2030.
De acordo com a Lei Eleitoral, há abuso de poder político quando o acusado se aproveita de sua posição e se utiliza de bens públicos para agir de modo a influenciar o eleitor.
No início deste ano, em entrevistas ao The New York Times e ao Washington Post, os dois mais importantes jornais americanos, Bolsonaro suplicou pelo socorro de Trump.
Em seguida, despachou para os Estados Unidos seu filho Zero Três, Eduardo, licenciado do mandato de deputado federal para se dedicar exclusivamente à defesa do pai.
Eduardo é o único membro do clã Bolsonaro que fala inglês. Ex-fritador de hambúrguer em lanchonetes americanas, sente-se à vontade ao bater continência para a bandeira dos Estados Unidos.
O tarifaço de Trump tem como objetivo inicial jogar os brasileiros contra Lula, e, ao cabo, barrar sua eventual reeleição. Daí porque, de berço, é um golpe bolsonarista que também interessa a Trump.
Trump vê no bolsonarismo a reprodução dos ideais da extrema-direita na América Latina. O que atrapalha o avanço a galope desses ideais é a democracia. Trump abomina a democracia.
Eduardo reagiu nas redes sociais à visita feita ontem por Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, ao encarregado de negócios dos Estados Unidos no Brasil. Tarcísio foi propor um acordo.
“Qualquer tentativa de acordo sem um primeiro passo do regime em direção a uma democracia será interpretada como mais um acordo caracu”, escreveu Eduardo, revoltado com Tarcísio.
“Retirar a Tarifa-Moraes agora significa: sem oposição na eleição de 2026; a esquerda eternamente no poder; Bolsonaro preso até morrer; e redes sociais com mais censura”, afirmou.
E concluiu: “O único fato em favor da liberdade nos últimos anos foi a ação forte de Trump. […] Ou há uma anistia ampla, geral e irrestrita para começar ou bem-vindos à “Brazuela”.
É assim que os Bolsonaro põem o Brasil acima de tudo e só abaixo de Deus. Patriotas dessa estirpe não passam de traidores.