O caso do milionário envolvido com pedofilia Jeffrey Epstein que virou o epicentro da crise na imagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou novos contornos nesta quarta-feira (23/7), quando o The Wall Street Journal revelou que o Departamento de Justiça, em maio de 2025, informou a Trump que seu nome aparecia nos documentos.
Segundo o WSJ, a procuradora-geral Pam Bondi e o vice-procurador informaram ao presidente, em uma reunião na Casa Branca, que seu nome aparecia nos arquivos de Epstein junto a muitas outras figuras de destaque. Bomdi destacou, segundo fontes próximas ao governo, que ser mencionado nos registros não é sinal de irregularidade, já que se tratava de um briefing de rotina que abordava uma série de tópicos e que a aparição de Trump nos documentos não era o foco.
Eles disseram ao presidente que os arquivos continham o que eles consideraram ser boatos não verificados sobre muitas pessoas, incluindo Trump, que tinha relação próxima com Epstein no passado.
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Bomdi também informou a Trump que os altos funcionários do Departamento de Justiça não queriam divulgar os documentos relacionados à investigação do criminoso sexual condenado, pois o material continha pornografia infantil e informações pessoais das vítimas. Trump afirmou que acataria a decisão do Departamento de Justiça de não divulgar mais arquivos.
Relação de Trump e Epstein
- Tanto Epstein quanto Trump declararam anos atrás que tiveram um desentendimento.
- Trump disse que a amizade deles terminou antes que o financista fosse indiciado por solicitação de prostituição em 2006.
- Epstein, depois, se declarou culpado de obter uma menor para prostituição em 2008, cumpriu pena em uma prisão da Flórida e foi registrado como criminoso sexual.
- Quando Epstein foi preso novamente em 2019, Trump disse que não falava com Epstein há cerca de 15 anos.
- Epstein morreu na prisão naquele ano, enquanto aguardava julgamento por acusações federais de tráfico sexual.
A informação é revelada após Trump dizer, na semana passada, que Bondi não havia lhe contado que seu nome constava nos arquivos. O governo só anunciou publicamente a decisão semanas depois da reunião, em 7 de julho, quando o Departamento de Justiça publicou um memorando em seu site.
A decisão de não divulgar os arquivos desencadeou a reação mais séria da base política de Trump desde que ele lançou sua candidatura à Casa Branca há uma década, com um grupo expressivo de aliados do presidente vendo a medida como uma grande traição, pois alegam que os documentos exporiam as elites globais e os democratas poderosos que passaram um tempo com Epstein.
Trump, segundo aliados, tem pedido a autoridades do governo que a atenção pública sobre Epstein desaparecesse. Nessa terça-feira (22/7), o presidente da Câmara, Mike Johnson, interrompeu a sessão legislativa, pois alguns parlamentares exigiram votações sobre mais divulgações relacionadas aos arquivos de Epstein.