A Turquia acredita que as negociações diretas entre Rússia e Ucrânia estão se tornando “mais construtivas e voltadas para resultados”, segundo afirmou o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, nesta quarta-feira (24/7). A declaração foi dada após a terceira rodada de diálogos entre representantes dos dois países, realizada em Istambul.
“Estamos satisfeitos em observar que as negociações estão progredindo de maneira mais construtiva. Desde o início do conflito, a Turquia se comprometeu a facilitar uma resolução e continuará seus esforços para ajudar a estabelecer uma paz duradoura entre a Rússia e a Ucrânia”, afirmou Fidan, em entrevista à emissora estatal TRT Haber.
Troca de prisioneiros e reuniões online
O encontro marcou novo acordo para a troca de prisioneiros, que desta vez inclui civis — além de jovens soldados feridos e corpos de combatentes mortos. Estima-se que até 1,2 mil pessoas sejam beneficiadas.
Uma das novidades do encontro entre as delegações é de que os próximos encontros devem acontecer virtualmente. A justificativa, segundo Vladimir Medinsky, conselheiro do presidente Vladimir Putin e chefe da delegação russa, seria reduzir os custos com as viagens dos negociadores.
A Ucrânia ainda não se pronunciou oficialmente sobre o formato online, mas, segundo o Kremlin, houve ao menos uma concordância preliminar para considerar a sugestão.
Tal proposta prevê a criação de três grupos de trabalho, voltados a debater os principais eixos do conflito: questões políticas, humanitárias e militares.
Cessar-fogo segue distante
Apesar do tom otimista adotado por Ancara, os principais temas que sustentam a guerra — como a soberania da Ucrânia e a presença de tropas russas em território ocupado — seguem fora da mesa.
Segundo o conselheiro de Putin, a diferença de visão entre as partes ainda é “grande”.
O governo russo insiste que um encontro direto entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky só acontecerá após as delegações técnicas chegarem a um consenso sobre o esboço de um possível acordo de paz.
Já o chefe da delegação ucraniana, Rustem Umerov, reiterou que a prioridade de Kiev é negociar um cessar-fogo nos termos ucranianos e, só então, viabilizar a reunião de alto nível entre os dois líderes.
Especialistas ouvidos pelo Metrópoles, avaliaram que, apesar da aparência diplomática, ainda há pouco avanço concreto.
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Turquia como mediadora
Desde o início da guerra, há mais de três anos, a Turquia tem atuado como ponte entre os dois lados do conflito. Os três encontros realizados desde maio em Istambul fazem parte desse esforço mediador.
A presença turca, no entanto, ainda não foi capaz de garantir avanços estruturais em direção ao fim das hostilidades.