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    Ucrânia tem pior noite de bombardeio em toda a guerra com a Rússia

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    A Ucrânia viveu sua pior noite de bombardeio desde o início da guerra, tendo sido alvo de 11 mísseis e 539 drones disparados pela Rússia na madrugada desta sexta-feira (4/7) – um novo recorde em pouco mais de três anos de conflito, segundo a Força Aérea ucraniana.

    A capital ucraniana, Kiev, foi o principal alvo dos ataques, que deixaram ao menos 23 feridos, danificaram a infraestrutura ferroviária e incendiaram prédios e automóveis pelas ruas. A embaixada da Polônia também registrou danos.

    Vídeos nas redes sociais mostravam pessoas correndo em busca de abrigo dos bombardeios, bombeiros combatendo as chamas na escuridão e edifícios arrasados pelas explosões.

    Russia VS Ukraine (Kiev ) UPDATE 🚨

    Multiple ballistic missile and drone attacks have hit Kyiv, setting the Kyiv International Airport (Zhuliany) ablaze.#Ukraine pic.twitter.com/1GoV03zYEQ

    — Raj (@RjTr0) July 4, 2025

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    As Forças Armadas ucranianas afirmam ter abatido 270 dos 550 ataques aéreos, incluindo dois mísseis de cruzeiro. Outros 208 drones aparentemente tiveram a navegação desviada com sucesso. Em contrapartida, nove mísseis e 63 drones atingiram em cheio seus alvos, e destroços de drones interceptados caíram em pelo menos 33 localidades.

    Seis dos dez distritos de Kiev registraram danos nos dois lados do rio Dnipro, que corta a metrópole. Destroços de drones – a maioria do tipo Shahed, de fabricação iraniana – provocaram um incêndio em uma instalação médica no distrito de Holosiivskyi, segundo o prefeito Vitali Klitschko.

    Embora tanto a Rússia quanto a Ucrânia neguem visar civis em seus ataques, milhares já foram mortos em ataques do tipo desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022 – a maioria, ucranianos.

    Trump e Putin: telefonema

    O bombardeio ocorreu momentos depois de um telefonema entre o presidente americano, Donald Trump, e o presidente russo Vladimir Putin.

    Na ligação, Putin reafirmou que a “Rússia continuará a perseguir seus objetivos” na Ucrânia, a despeito dos apelos por um cessar-fogo. Já Trump declarou posteriormente a jornalistas que ele não acha que Putin vai deixar de guerrear.

    O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, chamou o ataque russo de “cínico” e afirma que ele foi “praticamente simultâneo” ao início da ligação entre Trump e Putin. “Tudo isso é prova óbvia de que sem pressão em larga escala, a Rússia não mudará seu comportamento estúpido e destrutivo”, disse.

    Os bombardeios russos na Ucrânia têm se tornado cada vez mais agressivas nas últimas semanas, quebrando recorde atrás de recorde.

    Mais cedo nesta semana, os Estados Unidos anunciaram a suspensão do fornecimento de algumas armas cruciais para a defesa ucraniana, com Kiev alertando que a decisão comprometeria sua capacidade de repelir ataques aéreos e de frear o avanço de tropas russas.

    O assunto deve voltar a ser discutido entre Trump e Zelenski em telefonema nesta sexta.

    “Tentando ajudar”

    Trump afirmou nessa quinta-feira (3/7) que seu governo estava “tentando ajudar” a Ucrânia, mas que o governo de seu antecessor, Joe Biden, teria desfalcado os estoques de armas americanas ao entregá-las a Kiev.

    “Demos tantas armas […], estamos tentando ajudá-los [Ucrânia]”, disse Trump. “Mas, sabe, Biden esvaziou nosso país dando armas a eles, e temos que garantir que temos [armas] o suficiente para nós mesmos”, disse Trump.