Ao anunciar que o presidente Donald Trump assinou ordem executiva que sanciona a tarifa de 50% contra o Brasil, a Casa Branca acusou o Brasil de ameaçar a política externa, a economia e os direitos de liberdade de expressão dos EUA. A retaliação, já antecipada pelo líder norte-americano no início do mês, foi oficializada nesta quarta-feira (30/7).
Em um comunicado, o governo dos EUA estabeleceu uma tarifa adicional de 40% contra o Brasil, que se somou a atual, de 10%.
“A Ordem declara uma nova emergência nacional usando a autoridade do Presidente sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 (IEEPA) e estabelece uma tarifa adicional de 40% para lidar com as políticas e ações incomuns e extraordinárias do Governo do Brasil que prejudicam empresas dos EUA, os direitos de liberdade de expressão de cidadãos dos EUA, a política externa dos EUA e a economia dos EUA”, diz um trecho da manifestação.
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Como já havia sinalizado anteriormente, Trump reforçou que a tarifa não tem apenas motivação econômica, mas também política.
Entre os fatores citados para o tarifaço estão o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma organização criminosa que tentou promover um golpe de Estado, e as ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra plataformas digitais sediadas nos Estados Unidos.
“Autoridades brasileiras também estão perseguindo o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro. O governo do Brasil acusou injustamente Bolsonaro de múltiplos crimes relacionados ao segundo turno das eleições de 2022, e a Suprema Corte do Brasil decidiu de forma equivocada que Bolsonaro deve ser julgado por essas acusações infundadas”.
Horas antes, o Departamento do Tesouro dos EUA incluiu o nome de Moraes na lista de sancionados com base na Lei Magnitsky. A retaliação é baseada em uma legislação que pune autoridades internacionais, acusadas de violar os direitos humanos.