O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês) divulgou imagens de uma multidão de palestinos avançando sobre um comboio de caminhões que levava comida e suprimentos à Faixa de Gaza. O vídeo foi divulgado nesta quarta-feira (30/7).
Na rede social X, a agência da ONU afirma que “ninguém deveria ser obrigado a arriscar a vida para comer”.
Veja:
No vídeo, é possível ver o momento em que dezenas de palestinos aguardam a chegada de um caminhão da ONU com suprimentos, mas são impedidos de se aproximar por tiros de advertência disparados por soldados israelenses.
O Ocha informou que as forças israleneses “dispararam tiros de advertência a poucos centímetros de uma multidão que aguardava um comboio da ONU com suprimentos alimentares”.
Apesar dos disparos, os palestinos começaram a correr em direção ao comboio para pegar comida dos caminhões. A agência informou que uma pessoa ficou ferida e recebeu atendimento médico com a ajuda de funcionários da ONU.
Guerra em Gaza
- As ofensivas israelenses contra a região de Gaza têm como objetivo atingir alvos do grupo Hamas.
- Notícias sobre a fome em Gaza têm aumentando nos últimos dias, elevando a pressão internacional para que se libere ajuda humanitária para a região.
- O Ministério da Saúde da Palestina afirma que mais de 100 palestinos morreram de fome desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023.
- Nesta quinta, o ministério informou que 111 palestinos morreram nas últimas 24 horas após ataques de Israel contra a região. Grande parte deles, 91, buscavam ajuda humanitária quando foram mortos.
- A desnutrição atingiu níveis alarmantes na Faixa de Gaza. A Agência das Nações Unidas (ONU) alerta que a entrada de ajuda humanitária no território segue extremamente limitada.
Olga Cherevko, funcionária da agência, aparece no vídeo relatando o que aconteceu. Segundo ela, os caminhões tinham como objetivo buscar suprimentos alimentares em Kerem Shalom, mas tiveram que esperar cerca de duas horas em um posto de controle das forças israelenses.
“Quando finalmente fomos autorizados a passar, encontramos na estrada dezenas de milhares de pessoas famintas e desesperadas que descarregaram diretamente tudo da parte traseira dos nossos caminhões”, contou Cherevko.
Segundo ela, o tempo para carregar os suprimentos nos caminhões é muito curto, o que dificulta a fixação com cintas ou lonas — fazendo com que a carga caia facilmente.
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Cherevko afirmou que “essas limitações precisam ser resolvidas. O acesso deve ser ampliado, muito mais comida precisa entrar de forma regular, para que as comunidades tenham confiança de que os suprimentos estão chegando”.