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    13 navios da 2ª Guerra Mundial são encontrados no fundo do Pacífico

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    Uma equipe internacional de cientistas, mergulhadores e arqueólogos encontrou destroços de 13 navios de guerra afundados durante a Segunda Guerra Mundial no fundo do oceano Pacífico. A expedição aconteceu na região conhecida como Iron Bottom Sound, perto da ilha de Guadalcanal, nas Ilhas Salomão, um dos cenários mais sangrentos da guerra entre Estados Unidos e Japão em 1942.

    O trabalho foi realizado durante 21 dias, entre 2 e 23 de julho de 2025, a bordo do navio de pesquisa E/V Nautilus, como parte da missão arqueológica Guadalcanal Maritime Heritage (NA 173). Essa foi a maior operação já feita na região para estudar naufrágios da Segunda Guerra, com o apoio da Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) e de instituições de diversos países como Japão, Austrália e Nova Zelândia.

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    A bordo do Nautilus, os cientistas usaram robôs submarinos controlados remotamente (ROVs), mapas de sonar de altíssima precisão e até um barco não tripulado para identificar os locais exatos dos naufrágios. Eles também transmitiram tudo ao vivo pela internet, permitindo que pessoas do mundo todo acompanhassem as descobertas em tempo real.

    Entre os destroços encontrados estão navios famosos como o USS Quincy, USS Astoria e USS Vincennes, todos afundados durante batalhas em agosto de 1942. Foram filmadas partes do navio USS New Orleans, que teve a proa arrancada por um torpedo, mas conseguiu voltar para casa e foi reformado.

    Também foram localizados os restos do destróier japonês Teruzuki — as imagens subaquáticas dele foram registradas pela primeira vez.

    As imagens reveladas pela missão mostram cascos destroçados e canhões ainda posicionados. Tudo isso a mais de mil metros de profundidade, em um ambiente escuro e gelado que ajudou a preservar os navios por mais de 80 anos.

    A região de Iron Bottom Sound — som de ferro do fundo, em tradução livre — recebeu esse nome justamente porque tantos navios e aviões foram destruídos ali durante as batalhas de Guadalcanal. Foram cerca de 20 mil mortos e mais de 100 embarcações afundadas em apenas seis meses de confronto entre os Estados Unidos e o Império Japonês. Cada naufrágio é, portanto, também um memorial submarino.

    5 imagensImagens do navio japonês Teruzuki, que era um contra-torpedeiro de 134 metros de comprimento, projetado para proteger porta-aviões de ataques aéreosOutro ângulo do destróier japonês TeruzukiA imagem do cabeçalho mostra o USS Quincy com evidências de corrosãoFoto antiga do USS New Orleans (CA-32), um dos navios da 2ª Guerra Mundial, também encontrado na expedição de GuadalcanalFechar modal.1 de 5

    Imagens do robô submarino (ROVs)

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    Imagens do navio japonês Teruzuki, que era um contra-torpedeiro de 134 metros de comprimento, projetado para proteger porta-aviões de ataques aéreos

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    Outro ângulo do destróier japonês Teruzuki

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    A imagem do cabeçalho mostra o USS Quincy com evidências de corrosão

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    Foto antiga do USS New Orleans (CA-32), um dos navios da 2ª Guerra Mundial, também encontrado na expedição de Guadalcanal

    Arquivos Nacionais dos EUA.

    Além do valor histórico, a expedição teve o objetivo de preservar o patrimônio cultural submerso, respeitando as tripulações que morreram nessas batalhas. Segundo os pesquisadores, a documentação dos naufrágios pode ajudar a entender melhor os eventos da guerra e ainda servir como base para novas políticas de proteção ambiental e cultural na região.

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